Construída para apenas quatro jogos da Copa do Mundo de 2014 em uma região sem tradição no futebol, a Arena Pantanal foi apontada como um dos principais “elefantes brancos” do Mundial. Neste Campeonato Brasileiro, mesmo com partidas no local, a desconfiança tem se tornado realidade.
No próximo domingo, Ponte Preta e Palmeiras se enfrentam no estádio, mas quem mais estará preocupado com o evento é a agência que resolveu apostar no local pela terceira vez neste torneio. A Roni 7 comprou o mando do time de Campinas por R$ 1 milhões, e torce para não ficar no prejuízo mais uma vez.
Nas últimas duas oportunidades, o resultado não foi bom. Com Cruzeiro e Corinthians, o prejuízo ficou em quase meio milhão. No fim de semana passado, nem um clássico aliviou a situação. Vasco e Flamengo tiveram apenas 16 mil pagantes, e, novamente, a renda líquida não chegou ao milhão investido.
Uma das razões do baixo público é o preço elevado dos ingressos. No clássico carioca, o tíquete médio ficou em R$ 69, fora da realidade do futebol brasileiro. “Acho que é a crise. O povo não está disposto a pagar tanto”, ponderou o ex-jogador Roni, dono da agência Roni 7.
Para tentar aumentar o apelo da partida, a agência pretende investir mais na divulgação do evento. Nos últimos jogos, foram investidos cerca de R$ 50 mil para atrair o público de Cuiabá e do interior do Mato Grosso. Para a partida de domingo, esse valor deve subir, mesmo com o receio um novo prejuízo.
No histórico, a Arena Pantanal não anima. No Brasileirão de 2014, foram quatro jogos no estádio. Em apenas uma ocasião, a receita gerou lucros consideravelmente acima de R$ 1 milhão. No jogo entre Santos e São Paulo, a renda chegou a R$ 2,4 milhões, com lucro de R$ 1,8 milhão. Havia 33 mil pessoas nas arquibancadas.
Em uma das partidas, o Corinthians ficou sem receber pelo mando vendido. Com 6 mil pessoas na arena, a agência Feito Eventos não ficou nem perto de pagar a quantia prometida de R$ 1 milhão e teve que negociar a dívida. Hoje, a Roni 7 paga R$ 700 mil adiantados e completa o acordo após as partidas.