Entre os 12 estádios que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, nenhum recebeu tantas críticas abertas da Fifa quanto o Morumbi. Postulante a sediar a abertura da competição, a arena paulista tem sido atacada pela entidade ? e por diferentes motivos. Diante disso, o comitê organizador de São Paulo resolveu adicionar um pouco de ironia ao discurso que vinha utilizando e usar as provocações como demonstração da import”ncia da cidade. ?A verdade é que a Fifa quer que a abertura da Copa do Mundo seja em São Paulo. Por isso é que eles estão sempre tão preocupados com o que acontece aqui?, disse Caio Luiz de Carvalho, presidente da São Paulo Turismo e coordenador do comitê executivo paulista para o torneio de 2014. O discurso de Caio corrobora o tom adotado por dirigentes do São Paulo, clube proprietário do Morumbi. Sempre que são questionados sobre alguma reclamação da Fifa sobre o estádio, representantes do clube usam o andamento das obras como razão para isso. Essa postura ficou evidente na última segunda-feira, quando o presidente Juvenal Juvêncio falou com a imprensa durante um evento promovido em São Paulo para debater a Copa do Mundo de 2014. ?Você só pode falar do que já existe. O fato é que eles falam do Morumbi porque é a arena com um estágio mais avançado de obras?, lembrou o dirigente. O novo motivo encontrado pela Fifa para reclamar do estádio é a capacidade. Jérôme Valcke, secretário-geral da entidade, disse que as intervenções necessárias no estádio reduziriam a capacidade a menos de 60 mil espectadores, limite mínimo imposto pela Fifa para uma arena abrigar a abertura da Copa do Mundo. ?Isso é algo menos complexo. O Morumbi atualmente tem uma capacidade superior, e as obras já falam em redução. Não vamos ficar aquém dos 60 mil lugares?, projetou Caio Luiz de Carvalho. Depois de a primeira versão do projeto de reforma do Morumbi ter sido abertamente criticada pela Fifa, o São Paulo apresentou nova versão no início deste mês. A diretoria tricolor definiu o primeiro modelo como uma ?maquiagem?, enquanto o segundo prevê intervenções mais contundentes. A versão remodelada do projeto do Morumbi contou com assessoria da GMP, empresa alemã que atuou nas obras do estádio de Berlim, sede da decisão da Copa do Mundo de 2006. A companhia, que já havia auxiliado o São Paulo a resolver problemas sobre as áreas de hospitalidade e imprensa, também fechou para coordenar a colocação da cobertura na arena.