O São Paulo reformulou o projeto de reforma do Morumbi para a Copa do Mundo de 2014. Diante das críticas abertas da Fifa à proposta de intervenções no estádio, que postula sediar o jogo de abertura da competição, a diretoria tricolor reviu algumas de suas ideias e admitiu fazer uma obra mais contundente na arena. ?Nós vínhamos insistindo em algumas posições sobre a Copa do Mundo, como manter os vestiários onde eles são atualmente, com entrada por trás dos gols, e o media center no edifício garagem. Mas a Fifa disse que não queria algo assim, que quer mudar alguns pontos no futebol e que julga esses aspectos importantes. Então, planejamos outras coisas. Pretendíamos fazer só uma maquiagem, mas agora o Morumbi passará por uma obra de reforma mais complexa?, contou Adalberto Baptista, diretor de marketing do São Paulo. Preocupado com a reação negativa a seu primeiro projeto, o time paulista assinou um contrato com a consultora alemã GMP, que esteve envolvida nos projetos de três estádios usados na Copa do Mundo de 2006 ? incluindo o Olímpico de Berlim, palco da decisão. Foi essa empresa que sugeriu a principal mudança nas intervenções que o São Paulo pretende fazer, que é a construção de um edifício anexo ao Morumbi, no local em que atualmente estão situadas as rampas de acesso da avenida Giovanni Gronchi. ?Eles fizeram um trabalho brilhante. Essa nova construção servirá para abrigar o media center, uma área para VIPs e os novos vestiários do Morumbi. E temos certeza de que será um importante legado para o clube. Com isso, vamos cumprir 100% das exigências?, projetou Baptista. O novo projeto do São Paulo foi entregue à Fifa nesta semana. Antes mesmo de apreciá-lo, porém, a entidade fez críticas ao projeto paulista. Jérôme Valcke, secretário-geral da entidade, disse que o Morumbi não tem condições de abrigar o jogo de abertura da Copa ou alguma partida da fase decisiva do torneio. O principal foco das críticas de Valcke é a área externa do estádio, sobretudo o espaço que será destinado a ações de hospitalidade da Fifa. O São Paulo pretende usar 35 mil metros quadrados de seu clube social e uma faixa da praça Roberto Gomes Pedrosa, que será reformada pelo poder público, para adequar a área às exigências da entidade. ?Nós vimos algumas críticas a São Paulo, mas isso tem um forte teor político. Fomos jogar em Belo Horizonte no último fim de semana, e a cidade tem apenas dois hotéis de bom nível. Brasília tem média de 1.500 pessoas por jogo de futebol; construir um estádio com capacidade para 70 mil seria uma possibilidade muito grande de criar um elefante branco. A soma das coisas faz de São Paulo a melhor opção para a abertura, mas há muitos interesses conflitantes?, declarou Baptista. Um dos principais problemas na postura da Fifa sobre o projeto do São Paulo é que isso causa um afastamento de investidores. O time tricolor apresentou alternativas para adequar o Morumbi às exigências da entidade e garante não ter elevado o custo da obra, mas ainda não existe viabilidade financeira para toda a reforma. ?O que nós gostaríamos é que o Morumbi fosse definido logo como a sede da abertura. Isso facilitaria bastante as coisas?, concluiu o diretor de marketing tricolor.