Estádios? Segurança? Estrutura urbanística? Nenhuma dessas é a maior preocupação demonstrada pelo poder público com a organização da Copa de 2014, que será no Brasil. Nesta semana, em palestra realizada em São Paulo, Caio Luiz de Carvalho, presidente da São Paulo Turismo, mostrou outro temor: o transporte. Carvalho baseia sua preocupação na relação de dependência que o Brasil possui em relação ao transporte aéreo. Sem uma malha ferroviária expressiva e com dimensões continentais, o país precisará investir em aeroportos se quiser atender a todos os turistas que visitarem o país para a Copa do Mundo. ?Estudos mostram que 50 mil pessoas se deslocam dentro do país sede depois de cada jogo da Copa do Mundo. Nós precisaríamos de 500 voos diários a mais para cada destino no Brasil para atender à demanda de um Mundial?, planejou o dirigente. No caso de São Paulo, o transporte é um dos principais focos de investimento. O projeto apresentado à Fifa prevê a construção de 240 quilômetros de linha para o metrô, por exemplo ? a cidade estipula um gasto em torno de R$ 22 bilhões com infraestrutura. ?O transporte é um grande gargalo a ser superado, principalmente porque o país depende muito da malha aérea e portuária. Cerca de 74% dos voos que chegam ao país têm São Paulo como destino?, lembrou Carvalho. O presidente da São Paulo Turismo identifica como necessidade a construção de um aeroporto na cidade com capacidade para 80 milhões de passageiros por ano. O projeto paulista para o Mundial, porém, pretende apenas ampliar Guarulhos de 20 milhões para 30 milhões e modificar a estrutura de Viracopos. ?Viracopos é o caminho e tem de ser trabalhado. Precisamos nos organizar para criar lá uma situação dentro da nossa realidade, mas que cumpra as necessidades. Depois do Mundial, podemos sentar e conversar sobre o aeroporto que São Paulo realmente precisa?, argumentou.