Vetado no mês passado, o uso do estádio do Morumbi na Copa do Mundo de 2014 criou uma dúvida sobre a cidade de São Paulo no torneio. No entanto, o comitê organizador local (COL) revelou dúvidas mais prementes sobre o evento: os aeroportos e Curitiba.
Apesar de o Morumbi ter sido rechaçado pelo COL e pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, presidente dos dois órgãos, não adotou tom dramático sobre São Paulo em nenhum momento. O dirigente terá reunião com representantes da cidade em julho, provavelmente no dia 19, para discutir o estádio a ser usado na cidade.
Em compensação, Teixeira foi enfático ao falar de outras situações. “Tenho dito que o Brasil tem três grandes problemas para a Copa de 14: aeroportos são o primeiro, aeroportos são o segundo e aeroportos são o terceiro”, disse o mandatário. “Temos certa dúvida com relação a Curitiba porque o estádio tem problemas na parte financeira”, completou.
O que mais chamou atenção foi a comparação com a complacência de Teixeira sobre assuntos como o projeto de São Paulo: “Temos um problema lá que todo mundo conhece. Tive uma conversa ontem [quarta-feira] com o prefeito [Gilberto] Kassab, mas nada foi determinado. Foi algo genérico, e ficou acertado que ele está em um momento de férias. Tão logo eu retorne ao Brasil e ele volte de férias, teremos uma reunião também com o governador para tratar sobre o papel que eles querem para a Copa do Mundo de 14”.
A diferença de tom ficou ainda mais clara quando Teixeira falou de outros temas. “Ontem [quarta-feira] foi definida a concorrência de Brasília e o valor a ser gasto nas obras até dezembro. Portanto, existe um projeto e está dentro do prazo. Minas Gerais também está muito bem”, comentou o presidente.
Em maio deste ano, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, criticou a falta de mobilização do Brasil com as obras referentes à Copa do Mundo de 2014. As críticas da entidade à preparação do país sempre foram feitas para pressionar o poder público, em concord”ncia com os interesses da CBF e do COL.
“Na época, quando ele falou, estava coberto de razão. Não tínhamos nenhum estádio em andamento até então. Hoje, a situação é completamente diferente. O Brasil já está se mobilizando, principalmente no tocante a estádios”, encerrou Teixeira.