A “era Blatter”, marcada principalmente pelos escândalos de corrupção que vieram à tona em 2015, terminou de vez na Fifa. Nesta segunda-feira (20), a entidade divulgou em um comunicado oficial que o advogado suíço Marco Villiger, que atualmente era vice-secretário-geral, deixou a organização para “buscar novos desafios” após a disputa da Copa do Mundo da Rússia.
Villiger trabalhou na Fifa por mais de uma década. Ex-chefe do departamento jurídico da entidade, o suíço foi o último dos altos funcionários que estavam na Fifa à época dos escândalos a deixar a organização.
“Ele demonstrou consistentemente sua experiência e profissionalismo, bem como sua dedicação a essa grande organização”, afirmou a secretária-geral Fatma Samoura, que era a atual chefe de Villiger.
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O advogado apareceu na mídia pela primeira vez após a “invasão” do FBI à sede da Fifa, em Zurique, em 2015. Naquele dia, sete pessoas foram presas acusadas de corrupção. As investigações, então, foram se desenrolando, até que culminaram no banimento do futebol do presidente Joseph Blatter pelo Comitê de Ética da entidade.
Então chefe do departamento jurídico, Villiger acabou trabalhando em estreita colaboração com um escritório de advocacia americano que realizou uma investigação interna e ainda ajudou nas relações com o Departamento de Justiça dos EUA. À época, Blatter, que sempre negou todas as acusações, acabou criticando publicamente o advogado, a quem considerava um “confidente leal”.
Com a saída de Villiger, Gianni Infantino, atual presidente da Fifa, trabalhará, nos cargos mais altos, apenas com funcionários que entraram depois que ele assumiu a entidade em fevereiro de 2016.
Para o cargo de vice-secretário-geral que ficou em aberto, o nome mais cotado é o de Alasdair Bell, diretor jurídico da Uefa que trabalhou por alguns anos com Infantino quando este era secretário-geral da entidade europeia, entre 2009 e 2016.