O badminton brasileiro ficou longe de conquistar medalhas em Paris 2024, mas, ainda assim, alcançou marcas. Com dois atletas nos Jogos, a Confederação Brasileira de Badminton (CBBd) obteve sua primeira vitória olímpica feminina.
O Brasil estreou no badminton em Paris 2024 com Ygor Coelho, que enfrentou o japonês Kodai Naraoka e foi derrotado. No segundo jogo da fase de grupos, o brasileiro encarou o sul-coreano Jeon Hyeok Jin e, com um novo revés por 2 a 0, foi eliminado.
A representante feminina da CBBd foi Juliana Vieira, derrotada pela tailandesa Supanida Katethong no primeiro jogo. Em sua segunda partida, porém, a brasileira superou Happy Lo Sin Yan, de Hong Kong, por 2 a 0, mas ainda assim não se classificou.
“Tivemos alguns problemas durante a pandemia. Mesmo assim, conseguimos, através do planejamento das competições que fizemos na Europa, buscar a classificação de dois atletas”, contou José Roberto Santini Campos, presidente da CBBd.
“Consideramos que o ciclo de Paris foi um resultado excelente, também em função de todo o processo de treinamento que foi feito, das competições que foram realizadas e do processo que fizemos na França, em dez dias antes de entrar na Vila Olímpica. O resultado dos nossos atletas, tanto do Igor quanto da Juliana, foi excelente”, destacou.
Finanças
A CBBd não possui muitos parceiros comerciais. Com isso, grande parte de sua receita é proveniente de verbas repassadas pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), por meio da Lei Piva.
“Hoje, a confederação tem, no âmbito olímpico e paralímpico, o patrocínio de uma marca de material esportivo que se chama Dainanox. Isso nos dá uma parceria de comercialização e fabricação de produtos, e também nos fornece uma quantidade de material para uso nas competições nacionais”, explicou o dirigente.
“Se tivéssemos que pagar isso que arrecadamos e as benesses que temos com essa parceria, estimamos que seria algo em torno de R$ 300 mil a R$ 400 mil”, acrescentou.
A Lei Piva define que cerca de 2% da arrecadação bruta das loterias federais seja direcionada para o COB e para o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). No ciclo de Paris 2024, a CBBd recebeu R$ 13,9 milhões em repasses, equivalentes a 2,4% do total enviado às confederações olímpicas brasileiras.
“Hoje, 90% vem da Lei de Incentivo. Então, [a Lei Piva] é extremamente importante. Queremos, com o decorrer do tempo, reduzir essa dependência, logicamente aumentando o valor total do orçamento”, disse Campos.
O apoio do Governo Federal ao esporte também inclui o Bolsa Atleta, que paga um valor mensal aos esportistas inscritos. No badminton, ambos os atletas que estiveram em Paris 2024 são beneficiários do programa.
Futuro
Com o fim de Paris 2024, inicia-se o ciclo para Los Angeles 2028. Para os próximos Jogos, a CBBd tem como objetivo aumentar a visibilidade do badminton, por meio de uma maior divulgação e acesso nas escolas.
“Hoje, estima-se que nós tenhamos em torno de 250 mil, 300 mil praticantes na modalidade no Brasil. Temos que aumentar essa prática, e isso vai se dar com a visibilidade maior da modalidade. Temos que fazer um trabalho forte de divulgação”, afirmou o presidente da CBBd.
“Temos a TV CBBd, que transmite todas as competições nacionais. Conseguimos, através desse aumento de seguidores, fazer com que a modalidade seja um pouco mais visível. Estamos trabalhando, junto ao COB, com as transmissões pelo Canal Olímpico. Entendemos que o caminho para o crescimento da modalidade é através das escolas”, finalizou.