O governo da França anunciou, nesta semana, que reajustará as premiações pagas aos atletas do país que alcançarem medalhas nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024.
Com a revisão dos valores, cada medalha de ouro passará a render € 80 mil (quase R$ 430 mil, pela cotação atual) para franceses que se tornarem campeões olímpicos. Nos Jogos de Tóquio (realizados em 2021, devido à pandemia de Covid-19), o prêmio pago pela nação europeia era de € 65 mil para quem alcançasse o topo do pódio.
No caso da prata, o prêmio para os franceses passará de € 25 mil para € 40 mil. Já o bronze foi reajustado de € 15 mil para € 20 mil. Os bônus serão válidos para medalhistas olímpicos e paralímpicos.
Imposto para Jogos Olímpicos é descartado
O presidente da França, Emmanuel Macron, convocou, nesta quarta-feira (19), a reunião do Conselho Olímpico e Paralímpico no Palais de l’Élysée, sua residência oficial.
Entre os presentes nessa audiência estava Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador de Paris 2024. No dia anterior, Estanguet anunciou que o evento já alcançou a marca de € 1 bilhão (equivalente a R$ 5,37 bilhões, na cotação atual) em patrocínios domésticos.
O número chama atenção, mas ainda está longe dos custos orçados de € 4,38 bilhões (mais de R$ 23,5 bilhões, na cotação atual) para que os Jogos sejam realizados.
A despeito desse cenário, segundo o jornal L’Équipe, o governo francês disse considerar que o nível de riscos orçamentários observados até o momento seriam inferiores às reservas que o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos possui para eventuais contingências.
O governo fez questão de reiterar o discurso que vem sendo repetido por Macron em suas declarações nos últimos tempos, em que descarta a criação de um novo tributo (apelidado pela imprensa do país de “Imposto JO”) para cobrir os gastos com a realização dos Jogos Olímpicos.
Transporte e turismo
Apesar do discurso otimista do governo francês, a presidente da Île-de-France Mobilités (empresa pública responsável pelos transportes coletivos na região metropolitana de Paris), Valérie Pécresse, alertou para a necessidade de investimentos na ordem dos € 500 milhões, a fim de que a capital do país fique apta a receber o evento esportivo.
Ela defende o aumento das taxas para turistas como modo de custear as obras de mobilidade urbana, sem a necessidade de repassar os custos aos moradores da Île-de-France, região administrativa onde Paris está localizada.
Enquanto isso, Macron tem defendido a necessidade de oferecer um “acolhimento exemplar de espectadores e turistas”, que incluiria uma carta de compromisso sobre o alojamento turístico mobiliado para “facilitar a informação e a transparência dos preços”.
Esse movimento do presidente francês ocorre no momento em que algumas plataformas on-line de locação de imóveis começam a registrar reajustes em suas taxas.
Macron disse que pretende criar um “observatório de preços” e defendeu ainda que seja estabelecido um “contrato do setor de hotelaria” com “compromissos sobre competências linguísticas, acessibilidade, ecologia”. O presidente da França também quer a instalação de “vilas gastronômicas próximas aos locais dos eventos” durante os Jogos.