O Comitê Olímpico do Brasil (COB) aproveitou o Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta sexta-feira (8), para anunciar novidades relacionadas ao tema. A primeira delas é a chegada de Valeska Menezes, a Valeskinha, campeã olímpica de vôlei em Pequim 2008, à Comissão Mulher no Esporte da entidade.
“Minha expectativa é ajudar com minha experiência e aprender ouvindo as experiências das outras envolvidas. A Comissão Mulher no Esporte, para mim, é algo que deveria ter em outras organizações. É ótimo quando vemos o COB buscar promover a igualdade de gênero e criar espaços para discussões relevantes”, disse Valeskinha.
A atleta é filha de Aída dos Santos, quarta colocada no salto em altura em Tóquio 1964, marca que representou o melhor resultado individual de uma brasileira em Jogos Olímpicos durante mais de 40 anos, até Ketleyn Quadros conquistar a medalha de bronze no judô, em Pequim 2008.
“A influência da minha mãe para muitas mulheres atletas foi fundamental para mostrar que é possível superar desafios, alcançar o sucesso no esporte e encorajar outras atletas. O esporte feminino no Brasil tem progredido, a visibilidade aumentou, mas os desafios persistem. Ainda há um longo caminho a percorrer para igualdade de oportunidades”, afirmou a jogadora de 47 anos, que ainda atua pelo Curitiba Vôlei.
GT discutirá performance da mulher atleta
A pouco mais de quatro meses para o início dos Jogos de Paris 2024, outra notícia divulgada pelo COB foi a criação de um Grupo de Trabalho (GT), composto por representantes da área Mulher no Esporte e do Laboratório Olímpico, para discutir a performance da mulher atleta.
Inicialmente, a entidade anunciou que será feita uma atualização dos profissionais de ciências do esporte do Time Brasil, com base nos estudos mais recentes que tratam do desempenho esportivo feminino no alto rendimento. Entre as pesquisas debatidas estão, por exemplo, as que abordam a propensão de mulheres a lesões de ligamento cruzado anterior.
“O COB tem uma atenção especial e é referência no mundo todo no que diz respeito à saúde da atleta, principalmente com a ginecologia do esporte. Agora, estamos dando um passo importante em relação à performance, que vai além da saúde. Existe um movimento internacional que fala sobre ‘treinar mulheres como mulheres’, já que o conhecimento científico que temos em relação ao treinamento esportivo é baseado em pesquisas com homens. Agora, vemos um aumento de estudos específicos com mulheres”, destacou Taciana Pinto, gerente de desenvolvimento e da área Mulher no Esporte do COB.
Kenji Saito, diretor de desenvolvimento esportivo e ciências do esporte do COB, explicou que o conhecimento produzido a partir das discussões do GT será “compartilhado com as confederações, clubes e todos os interessados na temática”.
De acordo com Julia Silva, gestora esportiva integrante da área Mulher no Esporte e do GT, “a proposta é estimular a discussão, incluindo outras áreas que impactam na performance e revisando as práticas e protocolos atuais, que podem não estar considerando as especificidades da mulher atleta”.