O Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) recomendou que atletas da Rússia e de Belarus sejam suspensos preventivamente de todas as competições esportivas. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (28), como uma forma de posicionamento do COI a respeito da invasão da Rússia sobre a Ucrânia.
Essa foi a mais dura posição tomada por qualquer entidade esportiva até o momento sobre a guerra na Ucrânia. No domingo (27), a FIFA havia anunciado que a Rússia deverá competir sob bandeira neutra e em outros territórios. O COI, porém, foi além, e recomendou a suspensão dos atletas russos e de Belarus, país que tem apoiado a invasão russa.
“O Movimento Olímpico está unido em seu senso de justiça para não punir os atletas pelas decisões de seu governo se não estiverem participando ativamente delas. Estamos comprometidos com competições justas para todos, sem qualquer discriminação. A atual guerra na Ucrânia, no entanto, coloca o Movimento Olímpico em um dilema. Enquanto os atletas da Rússia e de Belarus poderiam continuar a participar de eventos esportivos, muitos atletas da Ucrânia estão impedidos de fazê-lo por causa do ataque ao seu país”, disse o COI em comunicado.
O comitê, então, tomou as seguintes resoluções:
“A fim de proteger a integridade das competições esportivas globais e para a segurança de todos os participantes, o COI recomenda que as Federações Esportivas Internacionais e os organizadores de eventos esportivos não convidem ou permitam a participação de atletas e oficiais russos e bielorrussos em competições internacionais”, afirmou o comunicado.
A entidade, assim como a FIFA, também recomendou que, caso não seja possível proibir a participação dos atletas, não sejam empunhadas as bandeiras da Rússia e de Belarus durante a competição.
“Cidadãos russos ou bielorrussos, seja como indivíduos ou equipes, devem ser aceitos apenas como atletas neutros ou equipes neutras. Não devem ser exibidos símbolos, cores, bandeiras ou hinos nacionais. Onde quer que, mesmo em circunstâncias muito extremas, mesmo que isso não seja possível em curto prazo por razões organizacionais ou legais, o COI deixa para a organização relevante encontrar sua própria maneira de resolver efetivamente o dilema descrito acima”, afirmou o COI.
A decisão impacta diretamente nos Jogos Paralímpicos de Inverno, que serão disputados a partir desta semana em Pequim.
Além da decisão envolvendo as competições, o COI decidiu retirar a ordem olímpica de pessoas que têm função relevante dentro da Rússia. Isso faz com que sejam retiradas as credenciais de Vladimir Putin, presidente russo condecorado em 2001, Dmitry Chernyshenko, vice-primeiro-ministro da Rússia, e Dmitry Kozak, vice-chefe de gabinete da presidência, ambos condecorados em 2014.
O COI também anunciou a criação de um “fundo de solidariedade” para levantar recursos para auxiliar a Comunidade Olímpica Ucraniana.