No último sábado (3), a Nike realizou as semifinais e finais do Troféu Nike no Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (CEPEUSP). O evento, dividido em três datas, contou com um formato diferente inspirado em outros esportes, em que o tempo individual foi importante, mas colocado no todo da equipe, já que os tempos de cada corredor foram somados para resultar no tempo da equipe como um todo.
A Nike ainda aproveitou a última etapa do evento para apresentar o maior lançamento da fabricante norte-americana no segmento de running performance no ano de 2022. Com drop de 8mm, o modelo Alphafly Next% 2 foi anunciado por profissionais da Nike e pelo velocista Paulo André Camilo, patrocinado pela marca, e chegou ao e-commerce da empresa no próprio sábado (3) por R$ 2.399. A partir desta quarta-feira (7), estará disponível em revendedores selecionados.
O modelo conta com um sistema que inclui entressola de espuma Nike ZoomX, que percorre toda a extensão do tênis, placa de fibra de carbono em formato curvo, parte superior feita de Atomknit 2.0, cápsulas de Zoom Air duplas, sola externa de borracha e calcanhar mais largo.
Essas características servem para aumentar a devolução de energia para o corredor, favorecer uma transição suave entre o calcanhar e a parte dianteira dos pés ao longo do movimento da passada e dar mais firmeza à parte da frente dos pés, além de melhorar a respirabilidade acima dos dedos e também o acolchoamento confortável sob o cadarço.
Durante a realização das provas decisivas, a Máquina do Esporte conversou com Aline Cupido, gerente de marca para mulheres e líder de running da Fisia, distribuidora oficial da Nike no Brasil.
Leia abaixo a entrevista exclusiva com a executiva, que faz parte do dia a dia da empresa há sete anos.
MÁQUINA DO ESPORTE: Para a marca, o que significou o Troféu Nike?
ALINE CUPIDO: O Troféu Nike é o nosso maior evento de corrida do ano, evento proprietário da marca, e trouxe essa questão da performance, porque a Nike ainda é uma marca que defende essa questão da performance, mas também vai para um lugar que é muito mais de integração, muito mais de você viver a corrida e conseguir ajudar ou dar dicas valiosas para outras pessoas, e não ser só sobre a sua própria conquista.
A principal mensagem global de running do ano, de que “Corredores ajudam Corredores”, surgiu para falar sobre isso. Em qualquer lugar, um corredor pode ajudar outro corredor, e isso pôde ser visto na prática no Troféu Nike. Poderia ter sido uma competição individual, mas a gente quis trazer essa questão dos times, basicamente a representação do que é a ideia do “Corredores ajudam Corredores”. O que acaba sendo importante não é a performance individual, mas sim a do coletivo.
MDE: A Nike aproveitou a data das semifinais e finais pra lançar o principal produto de running da marca no ano. Qual é a importância disso?
AC: O Alphafly Next% 2 não é um tênis de pista, mas achamos que valia lançá-lo em um evento de pista justamente para casar as duas coisas. Ele é um tênis de velocidade que surgiu em 2019, quando o Kipchoge [Eliud Kipchoge, queniano que é bicampeão olímpico da maratona e atual detentor do recorde mundial da distância] conseguiu baixar a barreira das 2 horas na maratona [a World Athletics não reconheceu o tempo como um recorde oficial por conta da condição da prova, por não se tratar de uma competição aberta e pela alternância de marcadores de ritmo para ajudar o atleta].
Aquele foi o momento em que a Nike voltou a falar de corrida de uma forma muito autêntica, muito proprietária. Por isso, considero o Alphafly uma revolução dentro da corrida em termos de tecnologia. E agora ele surge ainda melhor nessa segunda edição.
MDE: O que essa segunda versão tem de melhor em relação à primeira?
AC: A nova versão desmistifica esse tênis, a história de que é um tênis apenas para quem faz uma maratona abaixo de 3 horas. Com muito mais estabilidade, ele passa a ser um tênis para uso de um número muito maior de maratonistas. Continua sendo focado em longas distâncias, especialmente maratona, mas a questão dessa maior estabilidade surge para abraçar novos corredores, aqueles que não vão atingir esse sub-3h.
A maior parte dos corredores nem cogita fazer uma maratona em menos de 3 horas. Essa “galera” é um público que tem muita importância para a Nike, e é com eles que a gente quer falar também. Queremos que eles se motivem, que vão em busca de saúde, de bem-estar, que usem a corrida como ferramenta para auxiliar na vida de cada um de um modo geral.
MDE: E o que mais a marca tem feito para se aproximar desse público?
AC: A gente está com outras três ações. Voltamos, dentro do Parque Ibirapuera [em São Paulo], a ter sessões mensais do NRC [Nike Run Club], que não se chama mais NRC, mas tem o formato do que era o NRC, com o nome de “Corredores ajudam Corredores”.
Além disso, temos um projeto em parceria com a Centauro chamado “Corre Secreto”, pensado para corredores amadores mais experientes e também iniciantes. É uma corrida que sai das principais lojas da Centauro em São Paulo e chega em um lugar secreto, que ninguém sabe onde vai ser, mas que normalmente é uma festa, uma coisa legal, e serve para a gente conseguir essa conexão com uma geração mais nova de corredores.
E também apoiamos dois coletivos, o “Project Run” e a “Damn Gang”, que, semanalmente, por meio de uma ajuda de custo da Nike, conseguem fazer os corres deles por São Paulo. Quem passa a fazer parte de um deles, acaba se aproximando da corrida, passa a entender o que é a corrida, e se aproxima também da marca.
MDE: Junto do “Project Run”, a Nike lançou outro projeto que também engloba a sua outra área dentro da marca que são as mulheres. Que projeto é esse?
AC: É o 21km de 21 mulheres. São 21 mulheres que correrão essa distância pela primeira vez, do jeito delas, no ritmo delas, da forma como se sentirem melhor, com o acompanhamento de uma treinadora, no dia da Consciência Negra [20 de novembro]. Muitas delas são da periferia, negras, que não têm acesso a tênis. Algumas corriam de chinelo, inclusive. Elas vão completar a distância juntas, sem ninguém ficar para trás, na mesma ideia que permeia o ano de running da marca de que “Corredores ajudam Corredores”.
MDE: Nesse segmento mulher, o que mais a marca tem em mente?
AC: Além do 21km de 21 mulheres, que toca o lado social, temos o “Vida Corrida” [projeto com crianças coordenado por Neide Santos no Capão Redondo, zona sul da capital paulista], que a marca apoia há mais de dez anos. A gente fala muito das meninas ali, que a gente sabe que são a próxima geração de corredoras, que a gente dá uma atenção especial.
Temos também o “Turmalinas Negras”, um coletivo de dança da periferia que hoje tem um espaço para praticar. Aí tem um propósito de marca que a gente consegue trabalhar com o objetivo de que as mulheres tenham um espaço para a prática e o acesso ao esporte. Outro exemplo disso é que criamos sessões especiais para futebol feminino nas quadras do Ibirapuera, o que é necessário porque os homens dominam aquelas quadras, e ainda entregaremos por lá uma área fitness até o final do ano que é voltada para mulheres. Não é exclusiva, mas é voltada para o público feminino.
Além disso, temos também as nossas novas lojas. Acabamos de inaugurar nossa nova loja no Ibirapuera [megaloja de 570m2 no Shopping Ibirapuera, em São Paulo, com conceito inédito no Brasil], e ali temos serviços para mulheres, uma concierge que vai atender o público feminino, produtos específicos, e os próprios manequins da loja, de mulher grávida, de prática de ioga. Queremos que elas se identifiquem ali dentro, então o ambiente dessa loja é muito pensado para a mulher, o que a gente não via nas lojas da Nike no passado.