O Grupo SBF divulgou, nesta terça-feira (14), os resultados financeiros da empresa, com lucro líquido ajustado de R$ 70,5 milhões no 3º trimestre de 2023, um aumento de 52,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado teve uma alta de 74,2% em relação ao mesmo período de 2022, totalizando R$ 169,4 milhões.
De acordo com o comunicado oficial da empresa, o avanço nos dois indicadores se deve, principalmente, à diluição de despesas em 4,4 pontos percentuais em relação ao 3º trimestre de 2022 e em 4,6 pontos percentuais em relação ao 2º trimestre deste ano.
Ainda segundo o Grupo SBF, essa maior diluição é decorrente de iniciativas para redução de despesas e alavancagem operacional somadas a um crescimento de receita, além de uma menor pressão com despesas logísticas, em razão da diminuição do nível de estoques que começa a dar sinais de melhora.
Em contrapartida, o relatório dos resultados financeiros publicados no site da empresa mostra um aumento de 59,1% na dívida líquida ajustada, que passou de R$ 1,042 bilhão em 30 de setembro de 2022 para R$ 1,658 bilhão um ano depois.
A dívida líquida saltou 66,3%, indo de pouco mais de R$ 921 milhões no ano passado para R$ 1,533 bilhão no fim de setembro de 2023. Em um ano, os empréstimos e financiamentos feitos pelo grupo cresceram 43,9%, de R$ 1,178 bilhão para R$ 1,695 bilhão.
No documento, o Grupo SBF alega que o aumento nos empréstimos e financiamentos reflete “as novas dívidas tomadas para financiar o crescimento da companhia e as necessidades temporárias de caixa causadas pela situação do estoque”.
A companhia também afirma que o aumento da dívida líquida foi “causado pelos juros reconhecidos sobre o saldo dessa dívida e pelo pagamento de dividendos durante o trimestre”.
Centauro
O Grupo SBF é dono da Centauro, que alcançou no último trimestre uma receita líquida de R$ 882,7 milhões, crescimento de 1,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Desse total, 80% do faturamento é proveniente das lojas físicas. Atualmente, a empresa possui 225 unidades distribuídas em 26 estados brasileiros.
Fisia
O Grupo SBF também é proprietário da Fisia, distribuidora oficial da Nike no Brasil. Ao longo do último trimestre, a empresa atuou junto aos varejistas e no plano de liquidação nos seus canais direct-to-consumer (DTC) para escoar estoques e gerar caixa.
A receita líquida da Fisia somou R$ 1,1 bilhão, crescimento de 47,1% na comparação anual. Nos últimos 12 meses, foram abertas 19 lojas da Nike, passando de 22 unidades em setembro de 2022 para 43 no final do último trimestre.
Além disso, também foi finalizada a migração do centro de distribuição. Atualmente, a operação digital é 100% própria, o que contribui para a redução de custos. Esse novo espaço, localizado em Extrema (MG), conta com 37 mil metros quadrados, 580 funcionários na operação e capacidade para expedir 60 mil itens por dia.
O indicador dívida líquida ajustada/Ebitda do Grupo SBF passou de 3,35 vezes no 2º trimestre de 2023 para 2,98 vezes no 3º trimestre de 2023. Estima-se que o indicador de alavancagem retorne a níveis históricos no fim do ano, beneficiado pela redução da compra de produtos e pelo tradicional impulso nas vendas do 4º trimestre, consequência direta da Black Friday e do Natal.
“Após um início de ano desafiador, conseguimos ampliar nossa eficiência operacional e rentabilidade. Focamos em reduzir estoques, despesas e alavancagem, e entendemos que as questões circunstanciais que estão impactando o exercício de 2023 estão sendo resolvidas. Para o 4º trimestre, o mais importante do ano, seguiremos atuando nas nossas frentes prioritárias para 2023, sem deixar de focar na evolução da nossa plataforma omnichannel e na migração para o DTC da Fisia”, afirmou Pedro Zemel, CEO do Grupo SBF.