No primeiro quadrimestre de 2022, a Fisia, gestora da marca Nike no Brasil, divulgou o resultado fiscal da empresa, adquirida no ano anterior pelo Grupo SBF. O resultado empolgou os executivos da marca e mostrou que o projeto de seguir os princípios que transformaram a Centauro na maior varejista esportiva do Brasil podem levar a Nike a ter resultados históricos no país.
Entre janeiro e abril de 2022, com uma gestão focada na abertura de lojas próprias e vendas diretas ao consumidor por meio do e-commerce, a Fisia conseguiu um faturamento recorde de R$ 734 milhões. O número representou um crescimento de 88% na arrecadação da empresa em relação aos primeiros quatro meses de 2021, quando, ainda sob efeito da pandemia, a marca faturou R$ 391 milhões.
O resultado, porém, mostrou para a Nike que ainda há espaço para crescer. Na visão de Karsten Koehler, diretor geral da Fisia, os próximos anos devem representar mais investimentos da empresa em categorias em que há baixa penetração de vendas, abertura de lojas, parceria com distribuidores terceirizados e, por fim, reforço da venda on-line.
Em apresentação aos acionistas do Grupo SBF, à qual a Máquina do Esporte esteve presente, Koehler detalhou a estratégia para os próximos meses. Nos planos da empresa, estão a abertura de cinco megastores, que ganharam o nome de “Nike Value Stores“, em diferentes regiões do país, investimento cada vez maior no consumo feminino e expansão do foco nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
“A operação direta ao consumidor tem o dobro da margem de lucro que os outros canais. Por isso, investiremos bastante no nosso aplicativo e nas lojas próprias”
Karsten Koehler, diretor-geral da Fisia
As cinco lojas que serão inauguradas em breve mostram esse novo posicionamento da marca. Ainda neste mês de julho, o Shopping Ibirapuera, em São Paulo, abrigará a primeira unidade. Depois, será a vez do Shopping Iguatemi Fortaleza (CE), do Shopping Vitória (ES), do Iguatemi Porto Alegre (RS) e do Flamboyant, em Goiânia (GO).
“São lojas para o público AAA, que possuem maior margem de lucro e diversos serviços específicos para o consumidor. Nelas também teremos foco maior para mulheres, vestuário e linha casual”, afirmou Koehler.
Segundo o executivo, a Nike, atualmente, tem apenas 25% de penetração com o público feminino. No segmento de vestuário, o número é de 24%, já na linha casual é de 30%. Essas três categorias são aquelas que mais ganharão atenção da marca.
Para aumentar as vendas, a Fisia sairá em busca de mais pontos de venda. Além das cinco megalojas-conceito, abrirá outras, no conceito de outlet, para abraçar as regiões Norte e Nordeste do país.
Outro investimento maciço será no e-commerce. No evento, Koehler anunciou uma parceria inédita com a Amaro, loja virtual que tem grande penetração no público feminino e que passará a vender produtos da marca. Além disso, a Dafiti é outra varejista que terá parceria especial com a Nike.
Por fim, o aplicativo da marca ganhará ainda mais foco no desenvolvimento da experiência do consumidor. A ideia é fazer com que ele seja a porta de entrada para ampliar as vendas da empresa.
“A operação direta ao consumidor tem o dobro da margem de lucro que os outros canais. Por isso, investiremos bastante no nosso aplicativo e nas lojas próprias”, completou Koehler.
A decisão de seguir um caminho parecido com aquele adotado pela Centauro reforça o sucesso do projeto de criar um ecossistema do esporte por parte do Grupo SBF. A empresa quer integrar, cada vez mais, as estratégias de suas diferentes marcas. O caminho que a Nike trilha agora é similar ao que a Centauro fez nos anos 1990 e começo dos anos 2000, quando expandiu de uma rede de lojas em Minas Gerais para ganhar o país.
Em 2021, o início da mudança promovida pela Nike fez com que o faturamento da empresa aumentasse em R$ 829 milhões em relação a 2020. Para 2022, a expectativa é de conseguir ampliar os números. A julgar pelos resultados dos primeiros quatro meses do ano, o futuro é promissor.