Startup que une esporte e educação recebe aporte de R$ 1,675 milhão de venture capital

Ivan Ballesteros, CEO da Esporte Educa, oferece diversos cursos rápidos a atletas - Divulgação

Em 2013, as questões de falta de oportunidade para ex-atletas chamaram a atenção de Ivan Ballesteros, CEO da Esporte Educa, startup de educação e esporte.

Ex-jogador de futebol, com passagens por Nacional (SP), Matonense (SP) e por dois times de divisões menores da Espanha (Almansa e Betera), Ballesteros ficou sabendo sobre um ex-colega de time por intermédio da imprensa. Infelizmente, foi nas páginas policiais.

“Meu melhor amigo do tempo em que joguei na Espanha, que também tinha parado de jogar, havia virado traficante e tinha sido preso”, recordou-se o ex-jogador, obrigado a encerrar precocemente a carreira por causa de uma lesão grave.

Foi aí que Ballesteros teve a ideia de desenvolver uma empresa que oferecesse projetos educacionais para jogadores de futebol e atletas em geral. Fundada no final de 2020, em plena pandemia, a Esporte Educa inicialmente se tornou uma intermediária entre as faculdades privadas e os atletas para obtenção de bolsas de estudo.

Desde então, segundo Ballesteros, já avaliou mais de 3 mil esportistas e encaminhou 540 deles para instituições de ensino brasileiras. Mais de 80 já conquistaram seu diploma e tiveram uma economia média de R$ 10 mil durante o período de estudo.

Investimento

Na terceira rodada de investimento, a Esporte Educa conseguiu captar seu maior aporte de uma empresa de venture capital, o Fundo Amazônia Ventures, administrado pela FIDD: R$ 1,675 milhão. Anteriormente, já havia ocorrido um investimento em 2021, de Marcelo Franco, por meio da Verve Capital, empresa com foco em desenvolver startups em início de operação. A segunda rodada havia sido uma composição entre familiares, amigos e investidores-anjo.

Com essa verba, a ideia é expandir seu novo braço de atuação: o oferecimento de cursos rápidos, os chamados soft skills, que podem ser cursados de maneira on-line, com diversas formações para atletas, como educação financeira, gestão de crises e técnicas de oratória para se comunicar melhor em entrevistas.

“Cada curso usa metodologia nanolearning. São cursos rápidos, de 20 minutos até 1h20min. Se o atleta abdicar de alguns minutos de Playstation ou de Netflix, ele consegue finalizar algum curso”, contou Ballesteros.

Edutretenimento

A ideia desses cursos é que o atleta possa fazê-los no período de concentração antes de um jogo ou competição importante, em qualquer lugar que esteja. Por sua própria experiência, o empresário sabe que, se oferecesse cursos mais longos e presenciais, os jogadores não teriam condição de frequentar as aulas por causa de jogos e viagens.

Para atrair esse público, a plataforma da Esporte Educa utiliza ferramentas de edutainment ou edutretenimento. Ou seja, usa recursos de entretenimento para despertar a curiosidade do aluno, aguçando o envolvimento do estudante com os conteúdos e promovendo o aprendizado.

O aplicativo da startup de ensino, com versões para iOS e Android, é semelhante ao da Netflix, o que facilita o acesso. Há o uso de tecnologias de inteligência artificial (IA) para auxiliar o aluno e, além disso, ainda há um sistema de ranking e gamificação para premiar os melhores estudantes.

Marketing

Com o novo aporte de investimentos, a Esporte Educa pretende investir na diversificação dos cursos on-line, oferecendo mais opções aos clientes, e na aproximação com mais instituições de ensino privadas para ampliar as oportunidades de bolsas de estudo para atletas.

Outro objetivo é fazer com que a plataforma seja mais conhecida no ecossistema esportivo. Haverá um investimento em marketing buscando fazer parcerias com clubes e entidades esportivas, que teriam a oportunidade de oferecer o portfólio de cursos da Esporte Educa para seus profissionais e atletas.

“Faremos uma série de ações de marketing, com campanhas publicitárias no Instagram e TikTok. Também queremos trazer um grande embaixador do esporte que defenda a bandeira da educação”, disse Ballesteros, que ainda estuda nomes para a função.

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