O que talvez já seja uma percepção vista por muitas pessoas, cada vez mais vira dado comprovado: a pandemia redefiniu a relação das pessoas com o próprio corpo. O cuidado com a saúde saiu do “começo na segunda-feira” e passou a fazer parte da rotina, influenciando alimentação, descanso, atividade física e consumo de informação. Nos Estados Unidos, esse movimento aparece no estudo da Morning Consult Intelligence que mostra que, desde 2020, cresce de forma contínua o percentual de adultos que dizem praticar atividade física ao menos uma vez por semana.
O gráfico mostra que essa mudança não foi pontual nem concentrada em um único grupo: todas as faixas etárias apresentaram avanço, com destaque para os Millennials (nascidos entre 1981 e 1996), que lideram o aumento da prática esportiva regular, e para a Geração Z (nascidos entre 1997 e 2012). Cresce também a parcela de pessoas que afirmam considerar a saúde como um fator central nas decisões cotidianas, sinal de que o exercício deixa de ser apenas um comportamento aspiracional e passa a integrar o estilo de vida.

Brasil
No Brasil, o mesmo se aplica, mas em partes. Isso porque, apesar de 75% dos brasileiros passarem a priorizar mais a saúde física e mental após a pandemia (incluindo mudanças de hábitos como cozinhar mais em casa, aumentar o consumo de frutas e verduras, e reduzir o consumo de ultraprocessados), segundo a Abbott, apenas 40% dos adultos atingem os níveis de atividade física recomendados nas capitais (saiba mais).
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Como consequência da preocupação com a saúde, pelo menos no discurso e, aos poucos, na ação, o brasileiro também está vivendo mais. Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a expectativa de vida chegou a 76,6 anos em 2024, recuperando a forte queda registrada durante a pandemia e atingindo o melhor nível da série histórica (veja mais).
Para marcas e empresas, esse contexto abre novas frentes. O crescimento da atividade física se conecta ao consumo e a serviços recorrentes baseados em relacionamentos de, cada vez mais, longo prazo. Vestuário, equipamentos, academias, aplicativos, eventos e serviços ligados à performance e ao bem-estar têm novas oportunidades comerciais e de relacionamento.
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