A Olympikus completará 50 anos em setembro de 2025 e aproveitou a última edição deste ano do Bota Pra Correr, circuito proprietário de corridas da marca, que foi realizada entre sexta-feira (15) e domingo (17), em Itacaré (BA), para divulgar algumas novidades que servirão para comemorar a data. A lista conta com 50 provas patrocinadas, investimento no lifestyle e a construção do “melhor tênis do mundo”.
Algumas informações foram transmitidas durante o evento em solo baiano pelo diretor de marketing da Olympikus e da Vulcabras, Márcio Callage, que também concedeu uma espécie de coletiva de imprensa, batizada carinhosamente de “Café com Márcio”, em que a Máquina do Esporte esteve presente. Com relação às provas, a marca confirmou que continuará com os patrocínios às Maratonas de São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS), assim como dois Bota Pra Correr, que em 2025 serão na Serra do Cipó (MG) e em Cumbuco (CE). A prova mineira, inclusive, será o pontapé inicial para as comemorações, entre 21 e 22 de março.
Duas novidades que foram anunciadas com relação a esse tema foram os patrocínios à Meia-Maratona e à Maratona de Salvador (BA), que serão disputadas em abril e setembro, respectivamente. A assinatura do contrato foi feita no evento.
Além destas seis provas, a Olympikus ainda patrocinará outras 44 no decorrer do ano, entre provas maiores e menores, e também eventos organizados por grupos de corrida. A meta é que o Brasil inteiro seja impactado, com provas nas cinco regiões do país.
“A gente não pode construir um discurso de marca brasileira e fazer um grande evento em São Paulo e pronto para comemorar. É muito óbvio. O Brasil regional é incrível. Se a história dos eventos, se a história de produzir conteúdo, se a história de estar próximo das pessoas, próximo dos corredores, se a história de valorizar o Brasil, os diferentes sotaques, começou com o Bota Pra Correr, vamos acelerar esse processo e visitar esse Brasil todo ao longo dos 50 anos”, afirmou Callage.
Lifestyle
Outra novidade da Olympikus será um investimento mais maciço no lifestyle e na tendência dos tênis de running adentrarem esse universo. A marca fechou uma parceria com a rede multimarcas Authentic Feet, que passará a valer ainda neste ano, a partir de 3 de dezembro.
“Tem uma rede fora do Brasil que se chama Kith, uma loja de lifestyle de tênis, roupas, acessórios. Eles são um lugar que todo mundo olha para ver as tendências de tênis. E de repente, a gente entrou na Kith e começou a ver tênis de corrida ocupando espaço de streetwear, de tênis que até então eram os ícones casuais. Era uma loja que não tinha nada de running”, contou Callage.
“A gente, então, olhou para esse movimento da corrida ganhando matéria no Financial Times, dizendo que as maratonas são as novas passarelas, da história do comportamento, da história das tendências, e entendendo esse movimento lá fora, a gente montou uma aproximação com a Authentic Feet”, complementou.
Nas lojas, poderão ser encontradas duas cores exclusivas do Corre 4, algumas cores do Corre Max e o tênis de lifestyle Corre 4S, um “Corre Casual”. A marca enxerga o acordo como “histórico” e o pontapé inicial de uma nova fase da marca pelo fato de abrir “novas portas” e “novas oportunidades”, ganhando visibilidade em um outro segmento do mercado, com uma rede que conta com mais de 100 estabelecimentos espalhados pelo país.
“O melhor tênis do mundo”
A Olympikus não abre números absolutos, mas é taxativa em afirmar que as vendas dos tênis de corrida da marca não param de aumentar. Em 2019, por exemplo, ano em que a empresa começou a investir pesado no running, 1 a cada 100 corredores da Maratona de Porto Alegre tinham um Olympikus no pé. Em 2024, esse número chegou a 33.
Dessa forma, a marca começou a tentar preencher as lacunas existentes no portfólio. Criou o Corre Trilha para corridas off-road, o Corre Supra para preencher o espaço dos modelos com placa de carbono e o Corre Max, totalmente focado no amortecimento. Para 2025, haverá um objetivo ainda mais ambicioso: criar o “melhor tênis do mundo”, nas palavras de Rafael Gouveia, diretor superintendente da Vulcabras.
Márcio Callage, por sua vez, foi mais comedido nas palavras, evitando a expressão.
“A gente foi picado pelo bichinho da tecnologia. Hoje, temos capacidade de nos conectar com os maiores desenvolvedores e fornecedores de tecnologia do mundo, e o nosso volume permite que eles se interessem por desenvolver produtos com a gente”, ressaltou o executivo.
“Hoje, a gente vive o momento da revolução da espuma. A gente está conseguindo trabalhar a partir da expansão de matéria-prima e nitrogênio com outros níveis de densidade e ter solas mais robustas cada vez mais leves. Estamos evoluindo muito rápido. Por isso, existe, dentro do trabalho de produto, a ideia de desenhar algum tênis que seja quase um carro-conceito, algo que sirva como um símbolo do que essa marca é capaz de fazer nos seus 50 anos”, acrescentou.
Perguntado sobre esse tênis ser de uma nova linha ou uma atualização de um modelo já existente, Callage brincou e respondeu apenas um misterioso “talvez sim, talvez não”.
“Roupa do Corre”
Callage ainda comentou sobre a coleção de vestuário criada pela primeira vez pela marca para se juntar aos tênis de running que vêm em evolução desde 2019. Lançada em setembro, a linha ganhará novas cores nos primeiros meses de 2025 e continuará como um foco da marca durante todo o ano que vem, com o “chinelo pós-corre” e um volume muito maior de peças chegando no segundo semestre. O executivo revelou, inclusive, que a coleção é produzida na China porque a Olympikus não possui uma fábrica de roupas.
“Colocando o consumidor no centro, a gente entendeu que era fundamental atendê-lo em tecnologia, produto e preço. Mas a gente não conseguiu montar essa equação no Brasil, e por isso a gente produziu fora. A gente entende que temos muita oportunidade nesse segmento, ainda mais agora que tracionou, com as peças esgotando no site em pouco tempo”, disse.
Internacionalização
Mais um tema abordado na entrevista coletiva foi a internacionalização da Olympikus, ou seja, a ida da marca, que é 100% brasileira, para outros mercados. Callage admitiu que esse objetivo existe, que o mercado da Espanha, onde a corrida também não para de crescer, é um forte candidato a estrear essa nova fase, mas que as comemorações dos 50 anos devem adiar um pouco esse projeto.
“A gente vê um movimento de marcas da França, da Suíça, surgindo com uma energia muito forte. Isso nos permite acreditar que uma marca brasileira de corrida seria uma boa história de chegar para as pessoas experimentarem. A gente já fez um trabalho de mapeamento do mercado, a gente já entende como é o mercado de corrida na Espanha. Mas a gente inventou 50 provas para patrocinar no Brasil em 2025. Há outras ‘Espanhas’ dentro do Brasil para conquistar. Tem outros mercados regionais para a gente conquistar. Então, não dá para imaginar que isso vai acontecer no curto prazo”, finalizou o diretor de marketing da Olympikus.