O clássico entre Barcelona e Real Madrid, que acontece no próximo domingo, dia 23 de dezembro, pode ser considerado o mais rico do mundo. O motivo é que os dois clubes faturaram, juntos, R$ 1,66 bilhão na temporada 2006-2007. De acordo com levantamento da Casual Auditores, há três temporadas as equipes geram, cada uma, 40 milhões de euros (R$ 103,6 milhões) de novas receitas, sendo que, juntas, as agremiações representam atualmente 0,062% do Produto Interno Bruto (PIB) da Espanha, contra 0,038% na temporada 2000-2001. O crescimento anual no faturamento de Barcelona e Real Madrid apresenta um ritmo mais acelerado que o da economia espanhola, fazendo com que as equipes tenham resultados melhores do que diversos clube-empresas da Europa e franquias norte-americanas. Somente com seus estádios, Camp Nou e Santiago Bernabéu, o clube catalão e o madrileno arrecadam, juntos, 90 milhões de euros (R$ 233,1 milhões), com sócios e carnês antecipados de ingressos. A Casual aponta a gestão fundamentada na exploração comercial de suas marcas e a correta utilização mercadológica como fatores que levaram os clubes espanhóis a elevarem suas receitas nos últimos anos. Só o Real Madrid, por exemplo, cresceu 20% na última temporada, se consolidando como a equipe mais rica do mundo. O resultado se tornou possível devido ao acordo assinado pelo Real com a Mediapro, que possui os direitos de transmissão das partidas da equipe pelos próximos sete anos. O contrato é de 1,1 bilhão de euros (R$ 2,85 bilhões) para o período. Além disso, os madrilenos elevaram as receitas com marketing em oito milhões de euros (R$ 20,72 milhões). No caso do Barcelona, o crescimento na última temporada foi de 12%, e se deveu, principalmente, a melhora de 18 milhões de euros (R$ 46,6 milhões) em receitas de marketing e pela ampliação de 13% em seus ganhos de mídia, devido ao projeto Barça TV. O clube catalão também apresentou crescimento no faturamento com jogos amistosos, exploração do estádio e pela ampliação do quadro de associados. O contrato com a Mediapro, que renderá 180 milhões de euros (R$ 466,22 milhões) ao ano, entrará em vigor somente na temporada 2008-2009. O estudo aponta ainda a presença de grandes jogadores nas duas equipes como um dos fatores que contribuíram para o crescimento das receitas nas mais diversas fontes. Mesmo com as folhas salariais mais caras do futebol europeu, Barça e Real destinam no máximo 55% para o pagamento dos astros.