O primeiro painel desta terça-feira no 3º ABA Esportes, que acontece no hotel Sheraton, no Rio de Janeiro, apresentou o sucesso do Boca Juniors, que criou, na última década, uma marca forte baseada na gestão esportiva. Só que o caminho para tanto e, principalmente, as decisões a serem tomadas daqui em diante são diferentes daquelas apresentadas no primeiro dia do evento, por PSV e Warner Bros Brasil. A principal diferença está no aproveitamento de produtos licenciados. No primeiro painel da tarde da última segunda-feira, Marcos Bandeira, gerente de produtos da Warner Bros, apresentou um panorama de oportunidades do mercado brasileiro, que seria pouco explorado. Mesmo assim, adotou cautela ao falar sobre a ligação de sua marca com o São Paulo, clube com o qual tem contrato de exclusividade até o meio do ano que vem. Daniel Gazzo, presidente do Museus Desportivos e responsável pela apresentação do Boca (Orlando Salvestrini, presidente do Boca Crece, não pôde comparecer), foi na linha contrária. Sempre ressaltando que não é da diretoria argentina e que fazia a apresentação como observador, o executivo mostrou a soberania do clube no mercado de licenciamentos, com cerca de mil produtos próprios. Mais que isso, exibiu personagens do estúdio de Hollywood como cartões de visitas e demonstrou preocupação com a pirataria. No painel da última segunda, Bandeira disse que o tema nunca norteou as conversas com a agremiação do Morumbi. ?Esse é um problema complicado. O Boca hoje vende mais que todos os rivais juntos na Argentina, mas ainda assim tem de trabalhar contra falsificações, e tem várias campanhas sobre isso que têm dado algum resultado?, disse Gazzo no painel, que teve Erich Beting, editor-executivo da Máquina do Esporte como mediador. Os resultados apresentados chamam atenção. De acordo com o executivo, o marketing do clube da Bombonera, que arrecadava 65 milhões pesos com o marketing na metade da década de 1990, hoje tem um faturamento de 211 milhões de pesos. Essa valorização do setor, no entanto, começa a ultrapassar algumas barreiras. Reprovadas por Peter Kentie, diretor de marketing do PSV, as rentáveis viagens de pré-temporada são fortes no Boca. ?Eles têm um projeto forte de viagens pelo mundo. Nos últimos tempos eles enfrentaram o Barcelona nos Estados Unidos e passaram por outros lugares também?, concluiu