Depois de assegurarem apoio irrestrito aos Jogos Olímpicos de Pequim, algumas empresas começaram a sentir o impacto dos conflitos entre chineses e tibetanos que têm pautado o revezamento mundial da tocha e voltaram atrás em suas decisões. Temerosas com a repercussão do caso, Lenovo, Coca-Cola e Samsung optaram por não colocar seus veículos na comitiva oficial do evento na cidade de Nagano, no Japão, que receberá o fogo olímpico no próximo sábado. A justificativa para a súbita mudança de planos é a falta de segurança em áreas de conflito, como aconteceu, por exemplo, no percurso da tocha em Londres e Paris, onde foram observados os protestos mais violentos. As empresas, porém, tentam não se envolver nas questões políticas. A Adidas, por meio de um comunicado oficial, disse que ?os patrocinadores, porém, não têm o papel de resolver assuntos políticos. Nós vemos claramente os limites de nossa influência?. Em entrevista coletiva realizada há duas semanas, Ricardo Fort, gerente de marketing da Coca-Cola Brasil, afirmou que ?essas ações localizadas não têm impacto para os patrocinadores. Confiamos que os conflitos serão resolvidos da melhor forma possível. Só nos resta torcer para que tudo termine bem?. Dias depois, no entanto, a empresa se uniu às ?companheiras? Lenovo e Adidas e admitiu que havia perigo em associar sua marca ao evento. O mesmo aconteceu com a Audi, que decidiu cancelar o lançamento de seu novo modelo utilitário no Monte Everest, por onde a tocha passaria no mesmo dia.