A última reunião da comissão de avaliação de projetos para a Lei do Incentivo ao Esporte do Ministério do Esporte incluiu 42 novas propostas no benefício. Realizado na véspera do Natal, o encontro ainda foi marcado pela prorrogação de 12 prazos, ajuste de dois planos e três pedidos de vistas. Ao contrário das primeiras reuniões de dezembro, que tiveram o Comitê Olímpico Brasileiro como principal beneficiado, a última avaliação de 2008 privilegiou dois clubes sociais. Juntos, Minas Tênis Clube e Esporte Clube Pinheiros conseguiram aprovação para captação de mais de R$ 39,7 milhões. A entidade de Belo Horizonte emplacou duas propostas. A primeira prevê investimentos de R$ 4,2 milhões na criação de um núcleo de integração das ciências do esporte, enquanto a segunda pede mais R$ 19,5 milhões para a formação de atletas, sem especificação de período. O teor do projeto do Pinheiros segue a linha do segundo plano mineiro, e pede R$ 15,9 milhões para a preparação de atletas para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara em 2011 e os Jogos Olímpicos de Londres em 2012. Os dois clubes já são velhos utilizadores da Lei de Incentivo ao Esporte. O Minas Tênis captou cerca de R$ 5,3 milhões com projetos voltados para a base, enquanto o Pinheiros conseguiu R$ 5,4 milhões (de um total de R$ 11,7 mi aprovados) para a formação de atletas não-profissionais, ambos em 2008. Entre as novidades, também destacam-se as novas propostas da Confederação Brasileira de Judô (R$ 3,6 mi para eventos internacionais) e do São Paulo (R$ 3 mi para o projeto Kiatleta), alguns dos maiores valores da lista. Os clubes de futebol como um todo, inclusive, parecem ter percebido oportunidades com a Lei de Incentivo. Ponte Preta, Coritiba, Fluminense, São Caetano e Grêmio Barueri emplacaram projetos diversos, que vão desde o fomento a outras modalidades à criação de núcleos de formação esportiva, passando pela aplicação da fisiologia ao esporte. Já o Flamengo conseguiu prorrogação de prazo de quatro propostas para o fim de 2009. O clube da Gávea já havia sido contemplado em reuniões anteriores, mas demorou para apresentar os documentos necessários e teve de adiar o fim para não correr o risco de ser excluído da lista de beneficiados. Ainda entre as novidades, a Federação de Vela do Estado do Rio de Janeiro também pode entrar no grupo dos maiores beneficiados nas próximas reuniões. A entidade emplacou o projeto de um calendário de Match Race e Vela Oce”nica por R$ 1,8 milhão, e teve outros dois resultados adiados por pedidos de vista da comissão. Para organizar o Campeonato Mundial de Vela da Juventude e o Campeonato Mundial da classe Laser 4.7 via Lei de Incentivo, a Federação vai ter de conseguir autorização da Federação Internacional de Vela (ISAF) e da Associação Internacional da Classe Laser (ILCA). Caso consiga dos documentos, deve passar de R$ 3 milhões aprovados para captação. A última reunião de 2008 da comissão também serviu para adiantar os trabalhos da Federação Paulista de Hipismo e da Confederação Brasileira de Golfe. Ambas pediram reajuste de plano de trabalho para poderem utilizar os valores já captados, R$ 1,4 milhões e R$ 2 milhões, de R$ 4,4 milhões e R$ 5,6 milhões aprovados, respectivamente. A entidade paulista deve utilizar a verba para organizar a próxima edição do Athina Onassis Horse Show, que neste ano contou com R$ 3,1 milhões ?incentivados?. Até o momento, a química Basf, a siderúrgica Vilares e a alimentícia Garoto são as patrocinadoras do evento. Já a CBG conta com o banco HSBC, por meio de várias sub-entidades, para a reestruturação do golfe brasileiro.