O tom é mais comedido. As propostas e o perfil da chapa são diferentes. A única coisa que une as duas correntes de oposição no Corinthians é o principal foco de ataque na gestão de Andres Sanchez. Os grupos liderados por Osmar Stabile e Paulo Garcia são igualmente contrários ao marketing da atual diretoria. No lançamento da chapa de Stabile, nenhum departamento do Corinthians teve tanto espaço quanto o marketing. De forma incisiva, o grupo ?ação corintiana? reprovou o excesso de planos divulgados pelo diretor Luís Paulo Rosemberg e a falta de resultados dessas ações. “O marketing do Corinthians falou muito durante o ano, mas não teve grandes êxitos. E algumas coisas ainda ficaram muito mal explicadas”, ponderou Haroldo Dantas, presidente do movimento “ação corintiana”, que lançou Stabile como candidato. Na última terça-feira, foi a vez de Paulo Garcia apresentar sua chapa. O candidato lidera o grupo ?pró-Corinthians?, que tem como postulantes à vice-presidência Antonio Roque Citadini e Emerson Piovesan, além de alguns dos conselheiros mais renomados do clube. O perfil é muito diferente do grupo de Stabile, mas as críticas ao marketing unem as duas correntes. ?Nosso marketing teve muitos planos, mas não podemos lançar só idéias. O Corinthians precisa construir um clube forte, e para isso o marketing deve agir. O que estamos vendo é uma falta de resultados dessa área?, apontou Citadini. O candidato a vice-presidente usou como principal argumento a falta de patrocínio da equipe nesta temporada. Em 2008, quando disputou a Série B do Campeonato Brasileiro, o Corinthians acertou com a Medial o maior contrato do país (R$ 16,5 milhões). A diretoria esperava aumentar ainda mais esse valor devido à contratação do centroavante Ronaldo, anunciada em dezembro do ano passado. Andres Sanchez chegou a estipular um mínimo de R$ 20 milhões, mas ainda não houve nenhuma negociação nessa faixa. ?Veja, nós estamos em fevereiro e ainda não conseguimos um patrocínio. Desde quando isso não acontece? Eu lembro de 2005, quando a Pepsi decidiu sair porque não queria continuar em um clube que tinha parceria com a MSI. Naquela época, a MSI cuidou da parte financeira. Agora é diferente: o clube precisa e não consegue encontrar uma empresa para investir. Acho que isso não acontece desde o tempo do amadorismo?, ironizou Citadini. Em conversas reservadas, conselheiros do Corinthians dizem que a falta de patrocínio pode comprometer a próxima gestão do clube. A equipe alvinegra tem uma dívida superior a R$ 100 milhões e já deixou de ganhar algo em torno de R$ 4 milhões com a ausência de marcas fixas em seus uniformes.