A ONG PlayFair denunciou no último domingo o uso de trabalho infantil para a confecção de produtos licenciados dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008. As informações são do jornal “Folha de S.Paulo” desta segunda-feira. Em 2004, a entidade já havia feito denúncia semelhante envolvendo Adidas, Reebok, Puma, Fila e Mizuno. Em relação ao evento esportivo do próximo ano, a ONG identificou quatro companhias que teriam cometido diversas irregularidades: Lekit Stationery Company, Yue Wing Cheong Light Products, Eagle Leather Products e Mainland Headwear Holdings Segundo a “Folha”, nessas empresas, as jornadas de trabalho se estendem por até 12 horas, as horas extras não são pagas e há a utilização de mão-de-obra de crianças de até 12 anos. Além disso, os salários ficam abaixo do mínimo estabelecido até pela já branda legislação trabalhista chinesa. “É uma situação geral encontrada nas fábricas chinesas. É importante que haja novas denúncias para que outros países façam pressão. Não é fácil obter informações de lá por causa do controle da imprensa na China”, disse Petr Kutilek ao diário brasileiro. A venda de produtos oficiais deve render um lucro de mais de US$ 300 milhões (R$ 589 milhões) ao Bocog (Comitê Organizador de Pequim-08). As empresas que tiveram seus nomes envolvidos na denúncia não quiseram comentar o caso, assim como o comitê organizador do evento. “O comitê está comprometido com a liderança responsável do movimento olímpico e buscamos cuidar de nossa marca da melhor forma possível”, afirmou Giselle Davies, porta-voz do comitê, à “Folha”.