Os gastos para a realização dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro estavam orçados há cinco anos em R$ 409 milhões. O valor inflacionou 684% e hoje atinge a impressionante marca de R$ 3,2 bilhões investidos para que a capital carioca seja a sede da competição. De acordo com reportagem publicada nesta quarta-feira no jornal “Folha de S.Paulo”, o maior estouro relativo é do Estado do Rio: 1.513% (de R$ 31 milhões para R$ 500 milhões). O desembolso da União se multiplicou quase por 11 (de R$ 138 milhões para R$ 1,5 bilhão, crescimento de 987%). Já a fatia referente à Prefeitura pulou de R$ 239 milhões para R$ 1,2 bilhão (404% a mais). No documento divulgado em 2002, assinado por representantes do Estado, do Município, da União e pelo presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, os gastos com a segurança do Pan não ultrapassariam os R$ 10 milhões. Atualmente, a previsão é de que R$ 385 milhões sejam empregados para garantir a segurança de torcedores e atletas durante o evento. Já os gastos com tecnologia ficariam em R$ 27 milhões há cinco anos. No momento, a fatura chega aos R$ 113 milhões. Ainda segundo o diário, A despesa com instalações esportivas públicas seria de R$ 251 milhões. Mal pagaria a reforma do complexo esportivo do Maracanã (R$ 232 milhões desde 2005, em melhorias voltadas para o Pan). O Estádio Olímpico João Havelange consumiu R$ 380 milhões. Os responsáveis justificam o inflacionamento da previsão inicial dizendo que o Pan se transformou em uma prova para que o Rio de Janeiro consiga sediar um evento maior, como os Jogos Olímpicos de 2016. Os benefícios permanentes que as obras podem deixar à cidade também são usados como desculpa. Para Orlando Silva Júnior, Ministro do Esporte, os números iniciais foram “subestimados” e que agora o Rio terá infra-estrutura esportiva com capacidade para receber grandes eventos, como a Copa e os Jogos Olímpicos. […] O país não perde nada”, como revela a “Folha” desta quarta-feira.