O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve criar uma comissão interministerial para estabelecer um plano de obras e apresentar uma estimativa de gastos para a Copa do Mundo de 2014. A idéia é antecipar algumas medidas previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com relação à infra-estrutura, mas o petista também quer um plano específico para o evento. Nesta terça-feira, a Fifa anuncia o país sede do torneio e o Brasil é o candidato único para realizá-lo. De acordo com o jornal ?Folha de S. Paulo?, o governo ainda não sabe quanto gastará nas obras de infra-estrutura necessárias e, por isso, Lula deseja formar esta comissão. Ela deverá ser integrada pelas pastas da Casa Civil, Planejamento, Esporte, Turismo, Cidades, Cultura e Transportes, e há também a possibilidade de que representantes da CBF sejam convidados para acompanhar o planejamento. Apesar de ainda não terem estipulado um valor, membros do governo estimam que a Copa terá mais investimento público do que o Pan-Americano do Rio de Janeiro, em julho deste ano, com gastos estatais de R$ 3,7 bilhões. A previsão feita pelo Estado é que uma parte dos recursos venha da iniciativa privada, principalmente em relação à construção e ampliação de estádios, além de modernização da rede hoteleira. Apenas com estádios a CBF, em relatório entregue à Fifa, estima despesas de cerca de R$ 2,8 bilhões. Caberia, então, ao governo investimento em segurança pública e investimentos em infra-estrutura, como portos e aeroportos. Também há previsão de parcerias público-privadas nessa área. Os investimentos já geram expectativas. Em relatório da Fifa, inspetores destacaram que o governo brasileiro vai investir US$ 3,3 bilhões (R$ 5,6 bilhões) em segurança. Empreiteiras também já fazem lobby na CBF e em Brasília com o argumento de que o evento será uma grande oportunidade de geração de emprego. O Pan-Americano deixou uma lição sobre os recursos públicos. Lula deseja evitar que haja uma grande diferença entre o orçamento apresentado para o evento e a execução final. No evento realizado no Rio de Janeiro, estavam previstos investimentos de R$ 350 milhões, mas o valor foi ampliado algumas vezes.