Após investir próximo de R$ 3 bilhões para construção e reforma das instalações que serão usadas nos Jogos Pan-Americanos, a prefeitura do Rio de Janeiro já definiu o que fará com todos os locais: passá-los à iniciativa privada ou entidades que se comprometam a gerir as praças esportivas. “A idéia da prefeitura é que todos os equipamentos sejam concedidos para a administração privada. As empresas que assumirem devem arcar com os custos de manutenção com a qualidade e a flexibilidade na gestão que o setor público não tem”, afirmou o prefeito César Maia. O político confirmou a intenção de abrir licitação para todas as construções durante visita ao Riocentro, local que já sediou a Eco-92 e será palco de 11 modalidades no Pan. Segundo Maia, o exemplo deste equipamento, que é gerido pela empresa francesa GL Events, embasa a sua teoria. ?O que se fez no Riocentro vai servir de exemplo para ser copiado no mundo?, elogiou o prefeito do Rio de Janeiro. Mesmo com todos os investimentos feitos, César Maia não considera que passar o controle das novas construções à iniciativa privada não será um mau negócio, pois todo o retorno ficará nos cofres municipais. ?Normalmente os governos negam o que o anterior fez e não dá continuidade aos investimentos?, completou Maia. Dentre os equipamentos, o que mais despertou interesse é o estádio João Havelange, conhecido como Engenhão, e que consumiu sozinho R$ 300 milhões para ser erguido. Rejeitado inicialmente pelos clubes da cidade, o local deve ser disputado por pelos menos três das principais agremiações cariocas. O Botafogo, por exemplo, já traçou um plano para enviar uma proposta quando o processo de licitação foi aberto. O clube deve contar com o apoio da empresa norte-americana AEG no projeto de gestão do estádio. Mesmo com o sonho de construir sua própria arena na Gávea, o Flamengo também não descarta entrar na disputa pelo Engenhão. O clube contratou os serviços do consultor Deam Bonham, presidente da norte-americana Bonham Group, para avaliar as condições do local e a viabilidade de sua gestão. Mais discretamente, o Fluminense também está na disputa, mas o valor estipulado de R$ 200 mil mensais com gastos de manutenção do Engenhão ainda são encarados como um empecilho para a diretoria do clube, já que ainda não foi definida a participação de algum investidor em seu projeto.