Recorde financeiro em vários aspectos, os Jogos Olímpicos de Pequim podem não marcar, ao contrário do que se poderia imaginar, o início de uma era de investimentos avantajados no esporte. Apesar do retorno positivo com a edição da China, quatro dos 12 patrocinadores oficiais do Comitê Olímpico Internacional adiantaram que não renovarão seus compromissos com a entidade para as próximas edições. As informações são da revista “Business Week”. Lenovo, Kodak, Johnson & Johnson e Manulife Financial não têm interesse em permanecer como parceiras dos Jogos. Com isso, o COI fica apenas com oito patrocinadores garantidos para as Olimpíadas de Inverno de Vancouver em 2010 e os Jogos Olímpicos de Londres em 2012. “A gente só acha que não é a melhor maneira de gastar o nosso dinheiro”, afirmou Antonio Perez, chefe executivo da Kodak. Um motivos dessas não renovações é ao aumento do valor do patrocínio. Para as Olimpíadas de Pequim em 2008 e os Jogos de Inverno de Turim em 2006, foram pagos, ao todo, US$ 663 milhões (R$ 1,056 bilhões). Uma média de US$ 72 milhões (R$ 114 milhões). Esse valor investido é quase um terço maior que o do último pacote de edições, nas Olimpíadas de Atenas e Salt Lake City. Naquela negociação, as empresas pagaram, ao todo, US$ 579 milhões (R$ 922 milhões). Uma pesquisa feita pela London”s Fournaise Marketing Group comprova que 15% de 1,5 mil chineses sabem quem são pelo menos dois patrocinadores dos Jogos. O mesmo levantamento fala que 40% do mesmo número de pessoas lembra pelo menos um parceiro oficial. Além dos 12 patrocinadores do COI, as Olimpíadas contam com mais 21 parceiros regionais, ligados aos Comitês Organizadores, como Adidas e Volkswagen. “Se você é um comerciante tradicional, isso [ser parceiro no nível nacional] é um grande desperdício de dinheiro”, afirmou Jerome Fontaine, diretor da Fournaise Marketing Group. Em contrapartida, a Coca-Cola, que recentemente renovou o contrato com o COI até 2020, não pensa em reconsiderar a situação.