Uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo apontou que irregularidades foram praticadas pela Prefeitura de São Caetano do Sul durante obras no Estádio Anacleto Campanella. A acusação havia sido feita pelo próprio empreiteiro responsável pelos serviços, Antonio Cressoni. Entre o período de 1999 a 2004, foram registrados pagamento em duplicidade, obras fantasmas e fraude aparente em documentos. O relatório dos auditores chegou na última terça ao gabinete do conselheiro Renato Martins Costa, que informou que irá analisar o estudo e intimar a Prefeitura a apresentar explicações. Cressoni disse, aos promotores do Grupo de Atuação Especial Regional de Repressão ao Crime Organizado (Gaerco) da Promotoria de Santo André que, de sete licitações relacionadas ao estádio, executou apenas quatro, mas recebeu o dinheiro por todas. De R$ 1,07 milhão que a prefeitura lhe pagou, R$ 501 mil foram por obras fantasmas ou feitas em duplicidade, de acordo com o empreiteiro. O empresário acusou ainda de terem falsificado suas assinaturas em documentos oficiais da prefeitura e revelou que para cada contrato tinha de pagar um “fundo de reserva” às autoridades públicas. Antonio Cressoni só fez estas denúncias depois de parar de receber obras públicas e falir. Os contratos foram feitos nas administrações de Luiz Tortorello (PTB), morto em 2004, e de José Auricchio Jr. (PTB), atual prefeito, para quem Cressoni fez três obras. Ele, no entanto, nega o envolvimento e entrou com uma ação por danos morais contra o empresário. O irmão de Tortorello, Antonio de Pádua, também refuta as acusações. A Prefeitura de São Caetano do Sul irá aguardar a conclusão do relatório do Ministério Público de São Paulo e do inquérito aberto pela Polícia Civil para se manifestar. A investigação foi solicitada pelo próprio prefeito. O Estádio Anacleto Campanella pertence à prefeitura, que transferiu o direito de uso à Imes, universidade municipal.