A empresa de marketing esportivo Traffic negou nesta terça-feira que tenha ingerência sobre a decisão da negociação de jogadores contratados para atuar pelo Palmeiras. Segundo a coluna Painel FC, da ?Folha de S. Paulo?, o São Paulo poderia ir à Fifa contra o clube dizendo que o fundo de investimentos montado pela Traffic descumpria determinação da máxima entidade do futebol. De acordo com a notícia, a empresa é que decide sobre a transferência de atletas. A versão é negada pela Traffic, que afirma dar total autonomia para o Palmeiras. ?Se não quiser negociar o jogador que recebe uma determinada proposta, o Palmeiras pode pagar à Traffic o valor correspondente ao que ela receberia numa eventual transferência?, afirmou à Máquina do Esporte Felipe Faro, um dos responsáveis pela formatação jurídica do fundo de investimentos da Traffic no futebol. Criado no início deste ano, o fundo levantou R$ 40 milhões para serem usados em contratação de atletas. Inicialmente a previsão era de que o dinheiro seria investido unicamente no Palmeiras. Segundo J. Hawilla, dono da Traffic, o plano foi revisto recentemente, e a empresa passou a investir na contratação de atletas para outras equipes. ?Não seria preciso investir R$ 40 milhões em atletas para o Palmeiras. Por isso fomos para outros clubes. Somos uma empresa de capital fechado, em que as pessoas que investem estão em busca de um lucro com a transferência dos atletas?, disse o executivo em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte. O fundo envolve diversos empresários, que aportaram um montante de dinheiro e esperam, com a venda futura de jogadores que hoje defendem o Palmeiras, retirar o lucro da operação. Para ser a ?vitrine? do negócio, o clube paulista ficará com 20% sobre o lucro da transferência. O modelo adotado pela Traffic é muito parecido com o do Gestifute, fundo criado em Portugal com os mesmos princípios de lucro a partir da transferência de jogadores. Os atletas do fundo são alocados em alguns clubes de ponta e, a cada transação, clube e investidores retiram os lucros. Um dos principais nomes do fundo, em atuação desde 1996, é o de Cristiano Ronaldo, ídolo do Manchester United.