Na “guerra das cervejas” dos Grand Slams, AB Inbev avança na Europa, e Heineken se garante no US Open

Stella Artois, da AB Inbev, é a cerveja oficial de Wimbledon - Divulgação

Com forte presença em grandes eventos esportivos ao redor do mundo, as gigantes globais AB Inbev e Heineken travam uma espécie de “guerra das cervejas” pela hegemonia nos quatro maiores torneios de tênis do mundo, que integram o chamado Grand Slam do ATP Tour: Australian Open, na Austrália; Roland Garros, na França; Wimbledon, na Inglaterra; e US Open, nos Estados Unidos.

Por enquanto, a AB Inbev, proprietária da brasileira Ambev, tem reforçado sua presença nos mercados europeus. Esse movimento teve início em meados do ano passado, quando a empresa, que é a maior companhia de cerveja do mundo, promoveu o retorno de sua marca global Stella Artois ao Torneio de Wimbledon, que, neste ano, será realizado entre os dias 1º e 14 de julho.

Além de receber o status de cerveja oficial do evento, a marca promoveu a ativação “Prêmio Saque Perfeito”, em reconhecimento aos jogadores que realizaram os melhores saques durante o torneio.

Neste ano, a Stella Artois também é a cerveja oficial de Roland Garros, que está sendo disputado em Paris, entre os dias 20 deste mês e 9 de junho.

A marca tem divulgado diversos conteúdos nas redes sociais relacionados à competição. E também está promovendo a votação do “Prêmio Saque Perfeito” de Roland Garros em um site dedicado exclusivamente à promoção.

Cada vez que a pessoa votar no “Saque Perfeito”, ganhará uma chance para concorrer a uma máquina de cerveja PerfectDraft Pro, que será sorteada pela Stella Artois.

Heineken

Enquanto a AB Inbev domina os dois maiores torneios de tênis da Europa, a Heineken decidiu consolidar sua presença no mercado dos Estados Unidos, como cerveja oficial do US Open, cuja edição deste ano será realizada de 26 de agosto a 8 de setembro.

Vale lembrar que esse não é o único investimento da marca no esporte norte-americano. Em 2023, a cervejaria holandesa firmou parceria com o Inter Miami, clube da MLS onde joga atualmente o atacante argentino Lionel Messi, um dos maiores ídolos do futebol nas últimas décadas.

A Heineken apresenta o Inter Miami CF Pub Partner Program, que oferece ofertas de cervejas aos torcedores em dias de jogos do time.

No ano retrasado, a Heineken Silver, principal aposta da empresa para o mercado dos Estados Unidos, assumiu os naming rights do Grande Prêmio de Las Vegas de Fórmula 1 (a cervejaria é patrocinadora global do campeonato).

Mas a AB Inbev não está alheia aos torneios de tênis dos Estados Unidos. Muito pelo contrário. Tanto que, neste ano, a Stella Artois foi patrocinadora do Miami Open.

Na América do Sul, a marca belga é parceira do Chile Open e do Argentina Open, neste último com sua versão Stella 0.0.

Australian Open

Realizado tradicionalmente na segunda quinzena do mês de janeiro, do outro lado do globo, o Australian Open está, pelo menos por enquanto, de fora da disputa entre duas das maiores cervejarias do planeta.

Mas isso não significa que o torneio não tenha parceria com uma gigante global. Desde 2021, a cerveja oficial do Australian Open tem sido a Peroni.

Pouco conhecida no Brasil, a marca surgiu em 1846, no sul da Itália, como uma cerveja artesanal que o comerciante Giovanni Peroni costumava vender em um bar instalado ao lado de sua fábrica.

A partir de 1886, ela conquista o mercado italiano, a ponto de se tornar fornecedora oficial da Casa de Saboia, a família real que governou o país até 1946.

Em 2003, a herdeira Isabella Peroni vendeu a maioria das ações da companhia para a anglo-sul-africana SABMiller, que travava uma concorrência feroz com a AB Inbev pela hegemonia mundial.

Em 2016, porém, a SABMiller seria vendida à própria AB Inbev, por US$ 103 bilhões (cerca de R$ 530 bilhões), naquela que foi uma das maiores fusões da história. Naquele período, a empresa detinha em seu portfólio mais de 200 rótulos de cervejas.

Para que o negócio pudesse ser concluído, todavia, a União Europeia impôs como condição que a AB Inbev se desfizesse de ativos e negócios relevantes no continente, como forma de evitar o surgimento de um monopólio.

E dessa forma a Peroni acabou sendo vendida, juntamente de outras marcas europeias, para o Grupo Asahi Holdings, do Japão, em 2016.

O investimento da empresa no Australian Open se justifica por sua forte presença no mercado do Leste Asiático e da Oceania. O interesse pela Austrália começou a se materializar ainda em 1990, quando o grupo adquiriu 19% das ações da antiga cervejaria Elders IXL, então uma das maiores do país.

A partir de 2009, o Grupo Asahi passou a realizar diversas aquisições de empresas de bebidas, tanto na Austrália como também na Nova Zelândia.

Sair da versão mobile