O futuro do modelo de gestão da Superliga de Vôlei está em debate entre os times do torneio, que buscam mais investimentos e aumentar o faturamento da competição, que hoje opera sob a chancela da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Em entrevista à Máquina do Esporte, Fernando Maroni, gestor do Vôlei Renata, destacou que o afastamento da gestão da “Business Superliga” da entidade que gerencia a modalidade no país é visto como um “caminho inevitável de acontecer”.
“Eu entendo que esse é um caminho inevitável de acontecer. Do ‘business Superliga’ ser apartado da confederação, ter um CNPJ próprio, uma equipe de gestão apropriada. Se você quer crescer a liga, ela não pode ser um subproduto dentro da CBV o tempo inteiro e dividir área comercial, atenção dos gestores técnicos, [etc]”, disse Fernando Maroni, que participou de debate no Sports Summit, em São Paulo.
Modelo
Maroni afirmou que o Vôlei Renata se posiciona de forma favorável a “qualquer iniciativa que possa fazer o nosso voleibol crescer”. No entanto, o gestor mencionou que o modelo de uma liga independente da CBV ainda está “muito incipiente”. Além disso, um outro desafio para isso acontecer é a situação financeira dos próprios clubes que hoje disputam a Superliga.
“Nós temos outro problema, os clubes não tem muito dinheiro. Para fazer uma liga, tem que também investir primeiro, se organizar, estruturar, contratar gente. Alguém precisa pôr esse dinheiro na mesa. Os clubes não têm, então [a liga] vai ter que vir num momento em que alguém possa investir. E aí como fica a sociedade disso?”, questionou o gestor do Vôlei Renata.
Maroni ainda alertou que clubes que veem a liga independente como uma “salvação” e que esperam um aporte “de graça” não têm a visão de mercado correta.
“Ninguém vai dar dinheiro de graça e, se alguém investir, vai querer retorno. [Os clubes] não vão pegar o dinheiro e fazer o que quiserem. Então, eu vejo [a ideia da liga] com bons olhos mas ainda não enxergo a maneira como isso vai acontecer e acho que isso tem que ser bem debatido”, comentou Fernando Maroni.
Atualmente, a CBV divide a atenção de sua equipe, entre a Superliga, seleções e vôlei de praia, o que Maroni entende não ser o modelo ideal para atingir o potencial máximo de arrecadação da Superliga.
“Eu não sei, por exemplo, se tivesse uma equipe comercial dedicada a explorar todas as propriedades comerciais da Superliga e vendê-la, qual seria a capacidade de arrecadar, entende? Porque a CBV não tem braço para fazer isso hoje”, destacou.
