De um modo geral, siglas pouco ou nada dizem para as pessoas em geral, especialmente aquelas que são leigas em determinado assunto. NBA, no entanto, é uma exceção. Mesmo aqueles que pouco ou nada entendem de basquete sabem exatamente o que essas três letras querem dizer.
Por décadas, a sigla tem sido sinônimo do que há de melhor nessa modalidade esportiva no planeta, não apenas dentro de quadra, mas sobretudo fora dela. A liga profissional de basquete masculino dos Estados Unidos criou paradigmas na indústria esportiva, em terrenos como marketing, publicidade, gestão e direitos de mídia. O que a NBA toca vira dinheiro. E estamos falando de quantias imensas.
A temporada 2023/2024 da NBA começa nesta terça-feira (24), com o confronto entre Denver Nuggets, atual campeão, e Los Angeles Lakers, às 20h30 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo para o Brasil pelo Amazon Prime Video. Este será o jogo de entrega dos anéis aos vencedores da última edição da competição.
Para se ter uma ideia, a liga reúne franquias cujos valores de mercado, somados, ultrapassam US$ 86 bilhões.
A mais valiosa delas é o Golden State Warriors, que, segundo a revista Forbes, possui valor de mercado de US$ 7 bilhões. Na sequência, vêm New York Knicks, com US$ 6,1 bilhões, e Los Angeles Lakers, com US$ 5,9 bilhões. A equipe com menor avaliação nesse ranking é o New Orleans Pelicans, com US$ 1,6 bilhão.
Em geral, as franquias mais valiosas e vitoriosas da NBA estão localizadas nas áreas que reúnem as principais aglomerações urbanas dos Estados Unidos, como as regiões metropolitanas de Los Angeles, Nova York, Chicago e Boston. As equipes de menor valor, por seu turno, ficam no meio-oeste e no sul do país.
Poder nas redes
O poder dos times da NBA pode ser medido com clareza quando analisamos o desempenho deles nas redes sociais. Um levantamento da World Sports Network (WSN) indica que as equipes da liga de basquete norte-americana possuem uma média total de 107,4 milhões de seguidores nas redes sociais.
A mais popular delas é o Golden State Warriors, com 60 milhões de fãs, seguido de perto pelo Los Angeles Lakers, com 59,9 milhões. Na terceira colocação, com “apenas” 33,3 milhões, está o Chicago Bulls. O Detroit Pistons, com 5 milhões de seguidores, é a franquia menos popular nas redes.
O bom desempenho dos Warriors certamente tem relação direta com a recente hegemonia alcançada pela equipe dentro das quadras. Um dado interessante é que a liderança do time nas redes é impulsionada por plataformas mais populares entre o público jovem e adolescente, como Instagram (onde acumula 31,9 milhões de fãs, contra 23,4 milhões dos Lakers, segundo colocado) e TikTok, com 5,8 milhões de seguidores, seguido pelo Utah Jazz, com 3,8 milhões.
Segundo colocado na lista geral das redes, o Los Angeles Lakers se destaca em redes com perfil mais adulto e maduro, como Facebook e X (antigo Twitter). Na plataforma de Mark Zuckerberg, a equipe de LeBron James lidera com 22 milhões de fãs, seguida pelo Chicago Bulls (16 milhões), time em que brilhou o lendário Michael Jordan e que dominou a NBA na década de 1990, com nada menos que seis títulos. Em contrapartida, no Facebook, o Golden State Warriors aparece apenas em quarto lugar, com 13 milhões de seguidores.
Salários de nove dígitos
Universo repleto de cifras astronômicas, a NBA conta com dois jogadores na lista dos esportistas mais bem pagos do mundo em 2023 feita pela Forbes. Maior pontuador da história da liga, LeBron James aparece em quarto lugar no ranking, que é liderado pelo futebolista português Cristiano Ronaldo.
O ala de 38 anos de idade, do Los Angeles Lakers, obteve um faturamento de US$ 119,5 milhões, sendo US$ 44,5 milhões em salários e US$ 75 milhões fora das quadras.
Outro que recentemente alcançou uma renda de nove dígitos foi Stephen Curry, ídolo do Golden State Warriors. Ele aparece em oitavo na lista da Forbes, com faturamento de US$ 100,4 milhões, sendo US$ 48,4 milhões em salários e US$ 52 milhões em outros contratos comerciais.
Nas redes, os dois atletas também arrebanham legiões imensas de usuários. LeBron James, por exemplo, possui 158 milhões de seguidores no Instagram (mais do que a população da Rússia). Já Curry tem 55 milhões de fãs na plataforma da Meta.
Direitos de transmissão
Os direitos de transmissão são uma peça importante para fazer a engrenagem da NBA girar. A liga tem planos audaciosos para essa área e pretende arrecadar US$ 75 bilhões (valor global) em seus próximos contratos de mídia para o mercado dos Estados Unidos.
Os contratos atuais, com os grupos Disney e Warner Bros. Discovery, vencerão no fim da temporada 2024/2025. Na imprensa especializada dos Estados Unidos, circula a informação de que a dupla poderá sofrer concorrência de NBC, Google, Amazon, Apple e até Netflix na próxima licitação.
Os direitos de transmissão rendem, anualmente, US$ 3,38 bilhões à NBA. O mercado doméstico é ainda a principal fonte de receitas nessa área para a liga, respondendo por US$ 2,67 bilhões anuais. Já os contratos no exterior garantem um faturamento de US$ 715 milhões.
No Brasil, os jogos da NBA serão transmitidos por ESPN (TV fechada), Star+ (streaming) e Amazon Prime Video (streaming). O canal do Grupo Disney garantiu a exclusividade na TV por assinatura, com o fim dos contratos da liga com Sportv e TNT Sports.
Por enquanto, ainda não está definida a transmissão da NBA para o Brasil na TV aberta. A última temporada foi exibida pela Band.
Vale lembrar que, de acordo com uma pesquisa da Ampere Analysis, o Brasil representa uma base importante para a NBA no mundo. Das pessoas que se declaram fãs de esportes no país, 39% afirmam acompanhar a competição norte-americana de basquete.
Patrocinadores
A NBA funciona como uma vitrine importante para grandes marcas. Algumas delas possuem parceria de décadas com a competição, caso da Gatorade, que teve o primeiro contrato iniciado em 1985.
Alguns acordos alcançam somas milionárias, caso do contrato com a 2K Sports, com sete anos de duração e um valor global de US$ 1,1 bilhão. Já a parceria com a Nike, assinada em 2017 e que ficará em vigor pelo menos até 2025, atingirá a cifra de US$ 1 bilhão.
Esta é a lista completa dos parceiros da NBA, em que se destacam marcas de tecnologia e de esportes: Gatorade, Michelob Ultra (Ambev), 2K Sports, Kia Motors, American Express, State Farm, Under Armour (parceiro oficial), SAP, Ticketmaster, FanDuel, Kumho Tire, Pepsico, Tissot, New Era, Sportradar, Nike (fornecedor exclusivo de uniformes e vestuário em quadra), Rakuten, BetMGM, YouTube TV, AT&T, Caesars Sportsbook, DraftKings, Puma (tênis oficial), CarMax, DoorDash, Hotels.com, Hyperice, Louis Vuitton, Meta, Microsoft, Moet Hennessy, New Balance (parceiro de marketing), ServiceNow, Yahoo, Coinbase, Google/Google Pixel e LegalZoom.