A cada ano sob a nova promoção do GP São Paulo de Fórmula 1 abençoada pela Liberty Media, a passagem da categoria rainha pelo Autódromo de Interlagos brinda os fãs com mais e melhores ativações.
Finalizado neste domingo (3), o evento não foi diferente, com todas as homenagens ao legado de Ayrton Senna e a Fanzone trazendo atrações variadas para proporcionar boas experiências aos torcedores.
Não por acaso, o GP bateu mais uma vez seu recorde de público: foram 291.171 pessoas em Interlagos desde sexta-feira (1º), sendo 110.260 apenas no domingo (3).
Na pista, o espetáculo de Max Verstappen, com uma escalada digna de campeão no asfalto molhado, correspondeu ao que os torcedores apaixonados pelo esporte a motor adoram.
Mas, tal como os carros destracionavam, aquaplanavam e (alguns) se acidentavam, mais uma vez, infelizmente, o GP São Paulo falhou ao entregar o básico aos torcedores em matéria de experiência.
Foram reportados muitos problemas de acesso desde o primeiro dia, o que se agravou no dia da corrida principal com o treino classificatório antecipado para as 7h30 da manhã. Filas desorganizadas não combinam com o tíquete médio de um evento do porte da Fórmula 1. Houve relatos de mais de quatro horas de espera feitos por torcedores que pagaram quase R$ 7 mil para acessar o evento.
Lamentável.
Outro problema recorrente na corrida paulistana é o trânsito no entorno do Autódromo Jose Carlos Pace, também agravado pela chuva que alagou temporariamente algumas vias de acesso no sábado (2).
Aqui, cabe lembrar que ainda nos tempos jurássicos de promoção da F1 sob a gestão de Bernie Ecclestone, o emblemático autódromo britânico de Silverstone, nada mais que o berço onde nasceu a F1 e pista mais próxima da sede de quase todas as equipes, foi ameaçado de deixar o calendário se não resolvesse os problemas de acesso do público, especialmente os inconvenientes causados pelo trânsito.
Na era da Liberty Media, que sabiamente elevou o fã da F1 ao pedestal em que ele merece estar para consumir melhor a categoria rainha, a experiência dos torcedores nos autódromos precisa ser impecável.
Esperar quatro horas na chuva para entrar no autódromo está longe disso, e não tem show de Alok na Fanzone ou de Max Verstappen na pista que mitigue o desconforto de quem sente ter pagado caro por um ingresso que foi incapaz de proporcionar uma boa experiência.
Luis Ferrari é sócio-fundador da Ferrari Promo, agência-boutique com ênfase no mercado do esporte a motor, e possui formações em Jornalismo e Direito, extensão universitária em Marketing e pós-graduação em Jornalismo Literário, além de ser empresário de relações públicas e diretor de marketing e comunicação do Club Athletico Paulistano. Ele escreve mensalmente na Máquina do Esporte