O efeito Lionel Messi ainda não foi capaz de fazer do Inter Miami a equipe mais valorizada da Major League Soccer (MLS). Mesmo com a maior receita da liga norte-americana de futebol em 2024, o clube não conseguiu superar o Los Angeles FC, que se manteve como o mais valioso do torneio pelo terceiro ano consecutivo.
Segundo o relatório publicado pela Forbes, o Inter Miami teve a maior receita da MLS em 2024, de US$ 180 milhões, recorde da liga. Com Messi como principal motivador, o clube teve superávit de US$ 50 milhões e dobrou sua avaliação em dois anos.
Mesmo assim, o LAFC se manteve como o time mais valioso da MLS pelo terceiro ano consecutivo. O clube foi avaliado em US$ 1,25 bilhão, enquanto o Inter Miami veio logo atrás com US$ 1,2 bilhão. O LA Galaxy foi o terceiro, com US$ 1 bilhão.
O Top 10 ainda conta com Atlanta United (US$ 975 milhões), New York City (US$ 875 milhões), Austin FC (US$ 825 milhões), Seattle Sounders (US$ 800 milhões), DC United (US$ 785 milhões), Columbus Crew (US$ 735 milhões) e Cincinnati FC (US$ 730 milhões).
LAFC
O Los Angeles FC apresentou um lucro operacional de US$ 12 milhões, com uma variação positiva de 4% em comparação com o ano anterior. Antes mesmo da chegada de Messi à liga, o clube teve a seu favor um acordo de 10 anos avaliado em US$ 100 milhões com o banco BMO para os naming rights de seu estádio.
Mesmo com frequentes ativações no estádio, inclusive com eventos para além do futebol, como shows musicais, o clube não conseguiu superar a receita registrada pelo Inter Miami. O LAFC faturou US$ 150 milhões em 2024.
Inter Miami
Ainda que seja responsável pelo destaque do Inter Miami dentro e, principalmente, fora dos gramados, o efeito Lionel Messi tem um impacto “negativo” na avaliação do clube.
Aos 37 anos, o craque argentino está próximo de pendurar as chuteiras e, com contrato válido até o final de 2025, não há qualquer garantia de que iniciará 2026 como jogador do Inter Miami.
Diante disso, existe a expectativa de como o clube se comportará financeiramente caso a saída de Messi aconteça. A MLS chegou a ver um caso parecido em 2012, quando David Beckham deixou o Los Angeles Galaxy e a franquia teve quedas brutas de receita.
Direitos de transmissão
Uma das alternativas para que os clubes se protejam de variações como essa é a criação de receitas mais estáveis por parte da liga. Os direitos de transmissão poderiam ser um suporte para tal, mas o acordo atual da MLS não ajuda.
A liga tem um acordo de 10 anos com a Apple desde 2023 que é avaliado em US$ 250 milhões anuais. O valor está não só abaixo do que a própria MLS esperava, US$ 300 milhões por ano, como também do restante das grandes competições norte-americanas.
A NFL, por exemplo, terá US$ 12,4 bilhões em direitos de transmissão no próximo ciclo, enquanto a NBA contará com US$ 6,9 bilhões, valores muito superiores ao fechado pela MLS.
Vale lembrar ainda que a MLS é responsável pelos custos de produção das transmissões, o que gera gastos de US$ 80 milhões por temporada e torna o contrato ainda pior.
Neste cenário, a liga conta com acordos de transmissão auxiliares fechados com Fox, TSN e RDS. Além disso, criou iniciativas voltadas para potencializar o acesso aos jogos com transmissões gratuitas, entre outras.