O ex-jogador Ronaldo Fenômeno anunciou, nesta quarta-feira (12), que não irá mais concorrer à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O empresário apontou não ter tido apoio das federações estaduais em uma primeira abordagem e, por isso, não vê futuro na candidatura.
“Depois de declarar publicamente o meu desejo de me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito, retiro aqui, oficialmente, a minha intenção. Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião”, publicou o ex-jogador em suas redes sociais.
“Conforme já havia dito, os meus primeiros passos seriam na direção de dar voz e espaço aos clubes, bem como escutar as federações em prol de melhorias nas competições e desenvolvimento do esporte em seus estados. A mudança necessária viria desse alinhamento estratégico, com a força da visão compartilhada”, disse o empresário.
Para poder se candidatar à presidência da entidade máxima do futebol brasileiro, Ronaldo precisaria ter o apoio de no mínimo oito federações e cinco clubes. Em suas redes sociais, o ex-jogador disse não ter sequer conseguido se reunir com 23 das 27 federações estaduais.
“No entanto, no meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo”, explicou.
Em dezembro do ano passado, a Máquina do Esporte publicou uma reportagem avaliando as chances da candidatura de Ronaldo Fenômeno à presidência da CBF. Uma das ponderações passava justamente pelo apoio das federações.
Política
Ednaldo Rodrigues, atual presidente da CBF, realizou diversas manobras que o fortaleceram no comando da entidade nos últimos meses.
A principal delas foi a aprovação da mudança do estatuto, que alterou a possibilidade de reeleições consecutivas. O fato das 27 federações terem concordado com a mudança indica por si só o apoio dado a Ednaldo Rodrigues.
“O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer. A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito deles e eu respeito, independentemente das minhas convicções”, escreveu Ronaldo.
Na nova regra, existe a possibilidade de um presidente permanecer no cargo por três mandatos consecutivos. Ednaldo Rodrigues assumiu a posição pela primeira vez em 2021, como interino após a saída de Rogério Caboclo. Depois, foi eleito em 2022.
Atualmente, a discussão se dá por conta do período como interino. Caso seja interpretado que esse tempo conta como um mandato, Ednaldo Rodrigues só poderá se reeleger uma vez. Caso contrário, poderá seguir como presidente até 2034.
“Agradeço a todos que demonstraram interesse na minha iniciativa e sigo acreditando que o caminho para a evolução do futebol brasileiro é, antes de mais nada, o diálogo, a transparência e a união”, concluiu Ronaldo Fenômeno.