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ESPN revela preço de serviço DTC nos EUA e usará nome ESPN

Plataforma terá todo o conteúdo esportivo da Disney e deve ser lançada ao público norte-americano no segundo semestre deste ano

Jimmy Pitaro, presidente da ESPN, em anúncio sobre novidades da plataforma DTC da ESPN - Reprodução / Instagram @ESPNPR

Jimmy Pitaro, presidente da ESPN, durante o anúncio sobre as novidades da plataforma DTC da emissora - Reprodução / Instagram (@ESPNPR)

O CEO da Disney, Bob Iger, divulgou, nesta terça-feira (13), detalhes do serviço DTC (direto ao consumidor, na sigla em inglês) que a empresa terá nos EUA. Toda a programação esportiva estará na plataforma, sem necessidade de assinatura de TV a cabo ou streaming, por US$ 29,99 por mês durante todo o primeiro ano.

A plataforma DTC, que se chamará ESPN, ainda não anunciou a data do lançamento do serviço, mas especula-se que seja por volta de setembro.

Embora a programação continue disponível no cabo, via satélite e também em plataformas como YouTube e Fubo, os consumidores não precisarão mais delas para ter acesso aos principais eventos esportivos locais. É o caso do Monday Night Football da NFL, jogos da NBA e disputas de campeonatos universitários de futebol americano, além da programação da emissora.

“Isso redefinirá nossos negócios”, analisou Jimmy Pitaro, presidente da ESPN, em um evento promovido para a imprensa em Nova York.

Se um consumidor assinar a ESPN principal de qualquer forma, como na TV a cabo ou streaming, receberá toda a programação da ESPN, ESPN 2, ESPNews, ESPNU, suas redes de ligas universitárias, bem como a ESPN+.

Nos primeiros 12 meses, a ESPN oferecerá a plataforma completa com Disney+ e Hulu por US$ 29,99. Depois disso, o trio custará US$ 35,99.

Pitaro contou que o novo aplicativo terá novas possibilidades de fazer apostas esportivas, compras on-line, fantasy games, estatísticas em tempo real e um SportsCenter personalizado, entre outros recursos adicionais disponíveis ao consumidor.

Histórico

Iger, em palestra durante o Congresso Mundial de Esportes da CAA, no mês passado, disse que a oferta direta ao consumidor da ESPN “pode ​​ser a maior iniciativa desde que a emissora adquiriu a temporada completa da NFL”.

Em 1987, a ESPN, com apenas oito anos de existência na época, conquistou os direitos de transmissão do Sunday Night Football da NFL.

Este acordo, juntamente com os contratos com MLB, NBA, NHL e esportes universitários, permitiu à empresa criar um dos maiores modelos de negócios da história da mídia.

À medida que a TV a cabo crescia a ponto de a emissora alcançar 100 milhões de assinantes em 2011, as operadoras cobravam dos clientes o que hoje equivale a mais de US$ 10 por mês pela ESPN. Isso, combinado com a publicidade, tornou rotineiro para a empresa ter mais de US$ 1 bilhão de receita mensal.

Novos tempos

Na era digital, porém, a Disney viu a chegada de concorrentes importantes, como Netflix e Amazon Prime Video, atraindo um público mais jovem, especialmente aquele que não tinha interesse em esportes ou não cogitava pagar por serviços como TV a cabo. Ainda assim, a ESPN contava com 65,3 milhões de assinantes no final do ano passado, segundo um levantamento da agência Nielsen.

No ambiente digital, no entanto, a empresa busca testar se um serviço de streaming exclusivamente esportivo funcionará no mercado.

Já foi lançada a ESPN+, oferecendo programação extra, com um pequeno número de jogos selecionados da NFL e de torneios universitários, além das principais lutas do UFC.

A iniciativa começou em 2018 e atualmente conta com 24,1 milhões de assinantes, com uma queda de 3% em relação ao ano passado. O serviço, porém, ainda não será descontinuado. O consumidor terá a opção de assiná-lo por US$ 11,99 por mês.

Com o serviço DTC, a ESPN busca tentar conter o declínio de sua base de assinantes e, claro, crescer nesse mercado.

Para isso, houve renovações de contrato com as principais ligas dos EUA. Tal estratégia, contudo, não é isenta de críticas. Rob Manfred, comissário da MLB, afirmou que a ESPN é uma plataforma “em decadência”.

A declaração soou como crítica após a empresa de mídia desistir da renovação do acordo com a liga de beisebol por três temporadas por US$ 1,65 bilhão. O contrato daria direito a jogos exclusivos da temporada regular nas noites de domingo, o Home Run Derby e os jogos da primeira rodada dos playoffs.

Com o novo serviço, a ESPN também busca fechar acordos com outras plataformas de transmissão esportiva, como Fox, NBC, CBS, TNT Sports, Amazon Prime Video, Netflix e YouTube, para fornecer ao público acesso a esses eventos.