Conhecido popularmente como o “país do futebol”, o Brasil construiu essa fama graças aos títulos conquistados pela seleção brasileira (especialmente as seis Copas do Mundo) e também por conta das façanhas dos craques aqui nascidos, como Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Neymar, Vinicius Júnior, entre tantos outros.
Na Copa do Mundo de Clubes 2025, os times do país alcançaram bom desempenho, com o Fluminense conseguindo ficar acima de gigantes europeus como Bayern de Munique e Manchester City.
Mesmo assim, as equipes brasileiras ainda têm muito a avançar em matéria de finanças e de reconhecimento global.
A edição deste ano do relatório Brand Value Report, elaborado pela consultoria Brand Finance, traz apenas um time do Brasil no “top 50” do ranking global de valor de marca.
Trata-se do Flamengo, que havia ficado de fora da lista do ano passado, mas retornou em 2025, ocupando a 44ª posição.
O relatório estima que o valor de marca da equipe rubro-negra está em US$ 121,24 milhões, aumento de 21,3% em comparação ao montante aferido em 2024, quando o clube ficou em 51º lugar no ranking.
Único não europeu no “top 50”
O Flamengo é o único time de fora da Europa a aparecer entre as cinquenta melhores posições no Brand Value Report.
O valor de marca estimado pelo estudo para o time carioca está muito acima do alcançado pelos brasileiros mais bem posicionados no ranking.
Segundo colocado no país, o Palmeiras está avaliado em US$ 74,85 milhões (queda de 11,9% em relação ao ano anterior), enquanto o Corinthians aparece em terceiro, com seu valor de marca cotado em US$ 73,47 milhões, aumento de 49,7% em um período marcado por crise não apenas nos gramados, mas também institucional, com direito a presidente cassado e denunciado pelo Ministério Público, por supostas irregularidades envolvendo o contrato com a casa de apostas VaideBet.
O São Paulo aparece em quarto lugar, com valor de marca estimado em US$ 55,33 milhões. Dos times de fora do Eixo Rio-SP, a melhor avaliação é a do Atlético-MG, que ocupa o quinto lugar, cotado em US$ 33,25 milhões.
Completam a lista dos times com maiores valores de marca do Brasil: Fluminense (6º, US$ 30,6 milhões), Internacional (7º, US$ 29,24 milhões), Grêmio (8º, US$ 27,56 milhões), Botafogo (9º, US$ 24,46 milhões) e Cruzeiro (10º, US$ 17,36 milhões).
Desempenho abaixo de times medianos da Europa
Embora o desempenho do Flamengo nesse ranking internacional possa despertar sentimentos ufanistas em torcedores e dirigentes, o fato é que o valor de marca do gigante brasileiro fica muito abaixo do alcançado por times medianos de grandes ligas europeias.
O Flamengo aparece na lista atrás do Leeds, por exemplo, 41º colocado no ranking. Os “Pavões”, que três meses atrás disputavam a EFL Championship (segunda divisão da Inglaterra), tiveram seu valor de marca estimado neste ano em US$ 131,58 milhões.
Atual líder da Série A do Brasileirão, o Flamengo teria, segundo o relatório, valor de marca inferior aos de Wolverhampton Wanderers (35º lugar, com US$ 154,23 milhões), Betis (38º e US$ 149,08 milhões), Wolfsburg (36º e US$ 127,23 milhões) e Freiburg (32º e US$ 172,61 milhões).
O topo do ranking é ocupado pelos gigantes espanhóis, com Real Madrid em primeiro, cotado em US$ 2,14 bilhões, e Barcelona em segundo, avaliado em US$ 1,9 bilhão.
A lista dos dez primeiros colocados é dominada pela Premier League, que emplacou quatro representantes no “top 10”: Manchester City (3º, US$ 1,6 bilhão), Liverpool (4º, US$ 1,56 bilhão), Manchester United (7º, US$ 1,38 bilhão), Arsenal (8º, US$ 1,33 bilhão), Chelsea (9º, US$ 1 bilhão) e Tottenham (10º, US$ 889,67 milhões).
De acordo com Hugo Hensley, chefe de serviços esportivos da Brand Finance, o valor combinado das 50 maiores marcas de clubes de futebol do mundo subiu para € 21,9 bilhões em 2025.
Mas o executivo alerta para um desequilíbrio crescente apontado pela pesquisa, já que fora da Premier League, o valor da marca está cada vez mais concentrado entre um punhado de clubes de elite nas principais ligas da Europa.
“A marca não é mais um subproduto do desempenho, mas agora é um impulsionador definidor do sucesso. À medida que o esporte se torna cada vez mais competitivo tanto em campo quanto comercialmente, os clubes e ligas devem gerenciar suas marcas estrategicamente para garantir que não sejam impedidos de perceber os benefícios de uma marca forte e valiosa”, afirma Hensley.