A Major League Baseball (MLB) tem apostado em uma estratégia ousada para se reposicionar não apenas como liga esportiva, mas como um hub cultural. Trata-se da criação do MLB Life, projeto multimídia que não fala diretamente sobre beisebol, mas conecta a liga a outros segmentos e traz conteúdos sobre música, moda, gastronomia, arte e o estilo de vida de seus atletas.
A lógica parte de um diagnóstico claro: as novas gerações não consomem só partidas, mas experiências culturais. Um fã pode não acompanhar uma temporada inteira, mas se conectar a um jogador pelo estilo, gosto musical ou até pela afinidade com animes. Jazz Chisholm Jr., do New York Yankees, gravando músicas com o companheiro Nick Gordon, ou a série “Heroes of the Game”, feita em parceria com artistas de “One Piece” e “Fullmetal Alchemist”, são exemplos de conteúdos produzidos pela plataforma. Nesse contexto, o beisebol é o denominador comum de vários assuntos diversos.
Essa abordagem não surge por acaso. Historicamente, a MLB enfrenta um desafio com seu público envelhecido e distante das novas gerações.
Mas a virada já aparece nos números: a média de idade dos espectadores do canal MLB.TV caiu de 48 para 44 anos, e o público de 18 a 24 anos cresceu 11% em 2023. Entre os fãs mais engajados digitalmente, 58% têm menos de 44 anos, com quase um terço na faixa dos 18 a 34. Veja mais sobre os dados.
Para o mercado esportivo, fica a lição de que a competição não é apenas com outras ligas ou modalidades, mas com todo o universo cultural que disputa atenção diariamente, e de que é possível realizar colaborações para se dividir um pouco do “pedaço da torta”, da atenção e do interesse do fã.
Ao se projetar como hub, a MLB mostra que a sobrevivência de uma liga passa também por sua capacidade de traduzir esporte em cultura, criando vínculos e contando histórias.
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