Kylian Mbappé tem aparecido no noticiário esportivo com frequência nas últimas semanas. Não por seus dribles, por seu futebol, mas pelas polêmicas em que vem se envolvendo ultimamente. Não vou falar aqui sobre o relacionamento ruim com Neymar (e outros companheiros) ou do comportamento imprevisível do francês sempre que é contrariado.
Uns chamam isso de personalidade forte, outros o acusam de ser “mimado”, fato é que Mbappé, campeão do mundo em 2018, é um dos principais nomes do futebol na atualidade. A última confusão do “Tartaruga Ninja” tem poucos dias, quando se recusou a tirar fotos com seus companheiros por entender que os acordos com patrocinadores de seleção francesa devem ser revistos e discutidos no que diz respeito à imagem dos atletas.
Não tiro a razão dele, afinal, exploração de imagem é um assunto delicado, mas Mbappé parece aquela criança que, de tanta bobagem que costuma fazer, quando faz algo certo todo mundo desconfia.
Deixando de lado as notícias ruins…
Vou falar sobre sua imagem, sim, mas sobre um acordo que o francês assinou e que passou meio despercebido, que acabou sendo “engolido” pelas recentes notícias negativas. Um acordo daqueles com “muitos zeros” e que mostra a temperatura em relação às expectativas e potencial do atacante na atualidade.
Eleito “Melhor do Mundo” pela Globe Soccer Awards no ano passado, Mbappé assinou contrato com a gigante Panini. A empresa italiana aposta no carisma, na popularidade e no talento de um dos maiores astros do futebol mundial, explorando sua imagem com a produção de memorabílias como bolas, camisas, figurinhas e cards autografados, vendidos exclusivamente pelo site da Panini Authentic.
Os cards do atacante do PSG já estão na coleção “National Treasures Fifa Road to the World Cup Soccer” lançada este mês, e os outros itens serão lançados em outubro, bem próximo do início da Copa do Mundo do Catar. A expectativa do mercado é que algumas dessas peças de memorabília alcancem valores bastante altos, considerando o bolso dos fãs de cards e o apetite dos colecionadores de itens de futebol.
Apenas para referência, hoje há cards do atacante sendo vendidos por pequenas fortunas. Um deles foi anunciado por US$ 180 mil (quase R$ 940 mil) no mercado informal, para se ter uma ideia. Se a França for bem no Mundial, se Mbappé for bem na Copa, fica difícil imaginar o quanto essa memorabília pode (e vai) se valorizar. Essa é a aposta da Panini.
Ah, e só para não deixar passar, Michael Jordan bateu mais um recorde.
Como de praxe, aquela “informação de milhões”. E põe milhões nisso. Uma camisa histórica de Michael Jordan virou notícia há cerca de duas semanas. A regata vermelha, usada pelo GOAT no primeiro jogo das Finais da NBA de 1998 contra o Utah Jazz, a temporada que inspirou o documentário “The Last Dance”, que tinha valor estimado em torno de US$ 3 milhões (algo como R$ 15 milhões), foi vendida.
Mas a Sotheby’s viu a peça histórica ser arrematada por mais de três vezes o montante imaginado: a camisa vermelha 23 foi vendida por US$ 10,1 milhões (cerca de R$ 53 milhões). É, agora, a memorabília esportiva mais cara da história.
Samy Vaisman é jornalista, sócio-diretor da MPC Rio Comunicação (@mpcriocom), cofundador da Memorabília do Esporte (@memorabiliadoesporte) e escreve mensalmente na Máquina do Esporte