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A economia do corredor

Corrida, hoje, é tanto sobre saúde e superação quanto sobre identidade, estilo e pertencimento

Mercado brasileiro de roupas esportivas movimentou R$ 23 bilhões em 2024 e deve chegar a R$ 34 bilhões até 2033 - Divulgação / Nike

A corrida está em alta. Basta rolar o feed do Instagram para perceber que correr em 2025 vai muito além da saúde; agora, é um estilo de vida. Digo isso com base em um dado de uma das nossas pesquisas recentes: quase 56% da Geração Z vê o esporte como estilo de vida, empatado com o fator saúde.

Claro que todo estilo de vida vem atrelado a um custo. As marcas já entenderam isso e estão surfando nessa onda, de olho em um público que adora combinar a roupa do treino com o tênis, as meias, a garrafinha e até a cor do fone. Falando em garrafinha, confesso que também me rendi: uma verde-pistache, personalizada com adesivos e meu nome, e, sim, caríssima.

Fazendo minha lição de casa, encontrei um número que mostra o tamanho desse mercado: segundo a consultoria Imarc Group, o mercado brasileiro de roupas esportivas movimentou R$ 23 bilhões em 2024 e deve chegar a R$ 34 bilhões até 2033. Um ritmo de crescimento que corre junto a essa transformação cultural no esporte.

É realmente bastante coisa. Agora, vamos fazer algumas contas para chegar a uma estimativa de quanto um corredor desembolsa, em média, para praticar o esporte dentro desse novo padrão de estilo que estamos vivendo.

Para começar, o tíquete médio dos eventos esportivos no Ticket Sports foi de R$ 119,39 em 2024. E, segundo nossos dados, 67,3% dos corredores participaram de apenas uma prova no ano, ou seja, esse já é o ponto de partida para o gasto anual.

Mas os cálculos não param por aí. Hoje, um par de tênis de performance facilmente ultrapassa R$ 800. Um conjunto de roupas de treino com direito a top, shorts e camiseta pode chegar a R$ 300 por “look”. Acrescente-se a isso acessórios como boné, meias e óculos de sol, e o investimento anual facilmente passa de R$ 1.500, mesmo para quem corre “apenas por hobby” e participa de um único evento.

Aonde eu quero chegar com tudo isso? Quando um esporte fica em alta, não só cresce o número de praticantes, mas também todo um ecossistema em torno dele.

Marcas encontram novas oportunidades para criar produtos e serviços; eventos se multiplicam, atraindo não apenas atletas, mas também fãs e curiosos; o turismo esportivo ganha força, movimentando hotéis, restaurantes e destinos; a tecnologia desenvolve soluções para melhorar desempenho e experiência; e até a moda se reinventa, transformando peças funcionais em itens de estilo.

A corrida, hoje, é tanto sobre saúde e superação quanto sobre identidade, estilo e pertencimento. E, nesse ritmo, a economia do corredor continuará cruzando muitas linhas de chegada.

Gabriela Donatello é formada em Comunicação Social e pós-graduada em Gestão de Marketing. Atualmente, é gerente de marketing do Ticket Sports, com uma trajetória de oito anos dedicada ao universo dos eventos esportivos, atuando em diversas frentes do setor

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