O Fortnite é um jogo que vem crescendo em termos de popularidade nos últimos anos. Em um mercado onde o que não faltam são opções e concorrentes, as métricas alcançadas pelo jogo desenvolvido pela empresa Epic são surpreendentes.
Conhecido pelo formato “battle royale”, em que 100 jogadores competem uns contra os outros para ver quem será o sobrevivente de uma disputa marcada por armas, mapas e acessórios, o jogo tornou-se uma verdadeira plataforma de entretenimento.
Ao entender seu papel nesse sentido, transformou-se em palco (literalmente) de shows e outros momentos que são aguardados ansiosamente pelos usuários.
A coisa é tão impactante que se estima que 70% da população digital brasileira sabe do que se trata o jogo e sua dinâmica. Faça as contas. É muita gente.
Costumo dizer que são patamares de conhecimento e engajamento que personagens da Disney, Mauricio de Sousa ou Marvel conseguem atingir.
O que o Fortnite fará no mundo olímpico?
O jogo se une a outros nove títulos que já foram anunciados anteriormente pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para a Olympic e-Sports Series (Semana Olímpica de e-Sports), que terá sua final sendo disputada em Singapura, em junho deste ano.
LEIA MAIS: O que nove modalidades de e-Sports dizem a respeito do futuro olímpico?
Como “confederação madrinha”, o jogo terá a Federação Internacional de Esportes de Tiro (ISSF, na sigla em inglês) ao seu lado.
A competição será um evento por convite e envolverá 12 jogadores da Fortnite Champion Series. Ele contará com uma ilha especial da ISSF criada no Fortnite, que será projetada para refletir a competição de tiro esportivo. Os jogadores serão testados em sua precisão de mira, assim como os atiradores esportivos fariam em uma competição.
Esse movimento mostra a visão da Epic em ampliar sua base de parceiros e usuários e do COI em se conectar com uma audiência que sabidamente tem o videogame muito presente no seu dia a dia.
Ainda sobre a dona do jogo, na última edição da Game Developers Conference, que aconteceu em São Francisco (EUA) há poucas semanas, ficou claro o interesse da empresa em atrair mais profissionais da área de desenvolvimento para criar mapas, ilhas e experiências dentro do jogo.
Um ecossistema chamado Fortnite
Segundo dados oficiais, estimam-se cerca de 70 milhões de jogadores ativos mensalmente. Algumas outras fontes falam em números acima de 200 milhões de pessoas.
Além de usuários, parceiros e desenvolvedores, a Epic criou um verdadeiro ecossistema ao redor do jogo. Seja pela presença de criadores de conteúdo, agências de ativação especializadas ou times de e-Sports, existe muita gente que transita nesse meio.
Se ainda não ficou claro, além de jogar, as pessoas podem passar um (bom) tempo interagindo com outras pessoas (como em uma rede social), assistindo a shows (como na TV), fazendo compras (como no e-commerce), aprendendo coisas novas (como no e-learning), se entretendo ou apenas passando o tempo mesmo.
O que o mundo dos esportes já está fazendo nesse jogo?
As parcerias do mundo dos esportes com o Fortnite já acontecem há alguns anos. Poucos, você diria. Mas nessa indústria a diferença de quem experimentou e testou a união do mundo gamer com o esportivo pode ser uma baita de uma vantagem competitiva.
Times como Milan, Los Angeles FC e Manchester City já tiveram suas camisas disponíveis no jogo, inclusive para partidas na ilha criada (espécie de mapa) para quem quisesse jogar uma partida de 4 contra 4 jogadores.
Na já cada vez mais longínqua Copa do Mundo da Rússia 2018, a audiência teve uma série de itens e ações para comemorar o evento esportivo mais esperado do mundo dentro desse novo mundo (ou ilha, como queira).
A NFL é mais um exemplo de entidade esportiva que trouxe o ambiente e itens que lembram a cultura do futebol americano em itens especialmente customizados para esse fim.
Adidas e Nike são exemplos de duas marcas do mundo esportivo que também já testaram essa nova forma de interação entre público e conteúdo.
Como o Fortnite pode ajudar o mundo dos esportes
O principal argumento aqui é entender que milhões de pessoas investem boa parte do seu tempo não só jogando Fortnite mas também interagindo com um mundo cada vez mais rico em possibilidades (como disse antes, de compras a shows).
É muito provável que o seu público esteja no Fortnite também.
Graças ao que se chama “modo criativo”, podem ser criadas diversas situações do mundo dos esportes (ou inspiradas neles) que podem gerar interesse de alguém que, a priori, não seria impactado de outra forma.
Pista de BMX, quadra de badminton, campo de golfe ou o nosso bom e velho futsal.
Essas e tantas outras possibilidades agora são possíveis para que o mundo dos esportes aproveite, cada vez mais, o que o mundo dos games tem a oferecer.
Para saber mais sobre o assunto, visite a página dev.epicgames.com.
Alessandro Sassaroli é diretor comercial de gaming na Webedia Brasil e escreve mensalmente na Máquina do Esporte