Está terminando a temporada 2022 no futebol brasileiro, tendo infelizmente um final repleto de cenas de vandalismo e violência. Temos visto brigas de torcida, brigas no gramado e declarações de ódio e preconceituosas praticamente todo fim de semana.
Os comandantes do futebol não podem mais fechar os olhos para isso. O que deveria ser um dia de festa, tornou-se uma operação de guerra.
E ainda se transforma em algo mais grave quando falamos dos clássicos. Andar pelos bairros próximos ao estádio do jogo virou uma missão quase impossível. Chegamos ao ponto de guerras nas estradas, com os “torcedores” marcando suas batalhas para as rodovias.
Pior ainda é quando essa violência está dentro de campo, onde os “xerifes do futebol” trocam empurrões e xingamentos. Essas atitudes praticamente dão “autorização” para o torcedor fazer o mesmo nas arquibancadas ou nas ruas.
Será que o treinador ou o atleta que grita e esbraveja violentamente contra um árbitro ou um assistente imagina que aquela atitude também é assimilada por vários jovens que estão assistindo ao jogo e provavelmente será repetida com colegas, pais ou professores no dia a dia? Os jovens não só assimilam e imitam cortes de cabelo ou modos de vestir, mas também as atitudes.
Para os clubes, realizar a segurança de uma partida está cada vez mais complicado e financeiramente inviável. São centenas de seguranças privados, militares e uma ampla estrutura para um único jogo. A operação não fecha a conta.
As federações e confederações precisam urgentemente tomar uma atitude e punir os responsáveis de modo mais severo. Só realizar jogos sem público não resolverá o problema. Esse tipo de atitude só pune quem não quer fazer parte disso.
É preciso começar o ano com um plano de comunicação massivo contra a violência no futebol que alcance todos os meios de comunicação, além de ações educativas em escolas, universidades e empresas, chegando também até os clubes, principalmente na base.
Todos precisam entender que o mundo já está bem complicado e violento. O esporte não pode mais fazer parte disso. É preciso que o futebol volte a ser alegria, entretenimento e inspiração para as pessoas.
Kleber Borges é presidente da Associação Latino-Americana dos Gestores de Instalações Desportivas (Alagid) e escreve mensalmente na Máquina do Esporte