A edição de 2025 da Copa do Mundo de Clubes da Fifa está sendo marcada não apenas pelo que acontece dentro de campo, mas também pelo que reverbera fora dele. O torneio, disputado nos Estados Unidos com ares de superprodução global, é um fenômeno de alcance digital: vídeos virais, memes em tempo real, desafios com influenciadores e uma cobertura multiplataforma que eleva o torneio a um novo patamar de engajamento. Com 32 clubes reunindo diretamente nada menos do que 3,71 bilhões de seguidores, o evento é perfeito para mostrar a força das redes sociais no futebol e também para evidenciar o potencial de quatro clubes brasileiros no cenário global.
Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras não apenas fazem ótimas participações no torneio, mas, com a tradicional criatividade brasileira, conseguem produzir ótimos conteúdos, aproveitar os momentos positivos e dominar as conversas em alguns momentos. O time rubro-negro, por exemplo, viralizou ao derrotar o Chelsea e publicar um meme em sua conta em inglês, enquanto o Botafogo conquistou as redes sociais ao vencer o PSG em uma noite épica, e Palmeiras e Fluminense geraram conteúdos muito bons com os excelentes jogos diante dos europeus (e também dos demais adversários).
Em comum, os quatro transformaram bom futebol em conteúdo irresistível. E provaram que performance esportiva, quando bem narrada, gera valor de marca.
Esse sucesso nas redes sociais abre oportunidades concretas. O aumento de seguidores, o volume de interações e o interesse de novos públicos posicionam os clubes em uma prateleira mais alta para fechar parcerias comerciais, explorar possibilidades internacionais e (re)negociar patrocínios com base em métricas reais de visibilidade. A audiência não está mais apenas nos estádios ou na TV; ela está on-line, comentando, compartilhando e consumindo em tempo real e em qualquer lugar do mundo.
Para as marcas parceiras, o ganho é imediato. Patrocinadores com exposição nos conteúdos dos clubes surfaram na onda de viralização global, conquistando alcance espontâneo e mídia orgânica de alto impacto. O caso reforça a relevância dos ativos digitais nos contratos de patrocínio e sugere um novo foco para o mercado: ativar globalmente, mesmo em competições com poucos jogos. Quem tem boa história e bons dados pode, e deve, vender mais.
A Copa do Mundo de Clubes da Fifa 2025 nem terminou ainda a disputa da fase de grupos, mas mostra que o futebol brasileiro está pronto para jogar o jogo da visibilidade internacional em outro nível. A próxima etapa é transformar esse alcance em negócio, criando produtos digitais, conteúdo proprietário de excelência e experiências que conectem torcedores do mundo inteiro com as marcas e os clubes.
O campo continua importante. Mas, no futebol de hoje, quem ganha também precisa saber viralizar.
André Stepan é diretor de marketing do canal Goat e head de desenvolvimento de negócios da Horizm no Brasil e na América Latina