Faltam menos de quatro meses para o início dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. O Time Brasil chegará muito forte na briga por medalhas, mas também certamente se destacará em outra área: no marketing digital. Ao lado de Play9 e YouTube, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) lançou o projeto “Paris é Brasa” e realizará a primeira cobertura de um grande evento 100% baseada na força transformadora da creator economy.
Antes e durante a Olimpíada, por meio de influenciadores de peso que falam com todo o país de jeitos diferentes, mas complementares, o COB buscará levar o espírito olímpico, todo o ambiente de Paris e, obviamente, aproximar um novo (e grande) público do Time Brasil. Além do próprio YouTube, que faz parte da ação original, os creators produzirão conteúdo em seus respectivos perfis no Instagram, no TikTok e no X (ex-Twitter).
“O trabalho que a equipe de comunicação do COB vem fazendo neste ciclo é espetacular, e as métricas apresentadas são prova do crescimento da qualidade e do número de seguidores nos últimos anos. Seguiremos produzindo muito conteúdo para abastecer as nossas redes com a mesma qualidade, mas a ação é uma oportunidade enorme de furar a bolha e chegar a um novo público que não chegaríamos por meio dos nossos canais, pois os influenciadores têm a sua própria linguagem e um público já bastante fiel. O objetivo é bastante claro: gerar mais interesse pelo movimento olímpico e, obviamente, pelo Time Brasil”, disse Gustavo Herbetta, diretor de marketing do COB.
O time de influenciadores montado é muito forte, tem diferentes tipos de aproximação com os seguidores e atua em formatos distintos. Ou seja, se complementa. A lista é composta por Podpah, Matheus Costa, Valen Bandeira, Fabão, Paul Cabanes, Tino Marcos, Daniel Braune, Rafa Tuma, Larissa Gloor e uma grande novidade anunciada recentemente: Fátima Bernardes. No total, são mais de 70 milhões de seguidores, que devem gerar um impacto de 1 bilhão de impressões.
“A escolha dos nomes, por uma questão óbvia de ouvirmos os maiores especialistas do assunto, partiu da Play9, mas tivemos envolvimento direto. Sugerimos alguns, debatemos outros apresentados pela Play9. Como a Play 9 é a referência nesse mercado de creators economy, ouvimos muito o que eles tinham a dizer e trabalhamos em conjunto”, comentou Herbetta.
“O line-up final tem um claro objetivo de conversar principalmente com os públicos-alvo que a gente quer alcançar, de trazer todo o ambiente dos Jogos, dessa cena parisiense que vai acontecer. É uma equação completa, que vai trazer uma quantidade de impactos enorme e que tem apelo comercial para as marcas parceiras. Chegamos a um formato ideal para atingir o nosso público-alvo”, acrescentou.
No total, são oito cotas que estão à venda. Segundo Herbetta, algumas já foram vendidas, mas ainda não reveladas por estratégia de comunicação. Os patrocinadores atuais do COB tiveram prioridade na compra.
“É um projeto inovador e que tende a se tornar uma referência para o COI [Comitê Olímpico Internacional], como foi a iniciativa da Fifa com a Cazé TV na Copa do Mundo. Em Pequim 2008, tivemos os primeiros Jogos da era digital; em Londres 2012, os primeiros Jogos das redes sociais; em Tóquio 2020 [disputados em 2021 por conta da pandemia de Covid-19], das plataformas de OTT; e, certamente, Paris 2024 serão os Jogos dos influenciadores”, declarou o diretor de marketing do COB.
“É um projeto que vai gerar muito aprendizado. Pelo que temos visto de movimentação de outros comitês olímpicos nacionais, temos certeza de que iremos contribuir para todo o movimento olímpico global com, talvez, o que será o maior projeto com essa característica”, completou.
Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 começarão oficialmente em 26 de julho. Não há como garantir o número de medalhas que serão conquistadas pelos brasileiros e brasileiras na Europa, mas, com a estratégia definida e os nomes confirmados, não há muita dúvida de que o “Paris é Brasa” marcará uma transformação importante e fará história no movimento olímpico.
“Esse projeto está sendo discutido, pensado e planejado há muito tempo. Não é apenas um projeto de conteúdo do Time Brasil. É um projeto dos influenciadores levando uma nova audiência para as nossas redes sociais e que acreditamos que venha a ser um divisor de águas, não só na relação do COB e do Time Brasil com os fãs, mas em todos os sentidos: monetização, interesse e audiência. Será um projeto referência no movimento olímpico global, e tenho certeza de que a gente vai compartilhar resultados surpreendentes depois de toda a execução”, falou Herbetta.
“O desafio estratégico que temos é como iremos reter, fidelizar e continuar trabalhando com esse público, com esses novos fãs que chegarão agora, também em 2025, 2026 e 2027, para chegar em 2028 já com uma base maior. A gente já está falando sobre o pós”, finalizou.
André Stepan é diretor de marketing do canal Goat, desenvolvedor de negócios da Horizm no Brasil e escreve mensalmente na Máquina do Esporte