Você já parou para pensar em como o patrocínio esportivo mudou nos últimos anos? Se antes bastava estampar o logotipo na camisa de um time ou colocar uma placa no estádio, hoje as marcas precisam de muito mais do que visibilidade; elas querem engajamento, conexão e, claro, retorno sobre o investimento. No Brasil e no mundo, o esporte se tornou uma plataforma poderosa para as empresas, e as novas tecnologias estão transformando a forma como todos interagem. Mas quais são as tendências que realmente estão moldando o futuro do patrocínio esportivo? E como o mercado brasileiro se posiciona nesse cenário global?
Em 2023, o setor movimentou cerca de US$ 97,35 bilhões, e as projeções indicam que pode alcançar quase US$ 190 bilhões até 2030, com uma taxa de crescimento anual de 8,68%, segundo o site especializado em coleta e visualização de dados Statista. Mas o que impulsiona esse crescimento? O consumo de conteúdo esportivo nunca esteve tão alto, e a digitalização dos eventos criou novas oportunidades para as marcas se conectarem diretamente com os fãs.
Plataformas de streaming, redes sociais e experiências imersivas estão redefinindo o conceito de patrocínio. Hoje, um post de um atleta pode gerar milhões de interações e alcançar uma audiência ampla quanto a grandes campanhas publicitárias em eventos de relevância. No Brasil, o patrocínio segue essa tendência de expansão. Segundo dados da Sports Value, empresa especializada em marketing esportivo, os 20 maiores clubes de futebol do país registraram receitas de marketing superiores a R$ 1,4 bilhão em 2023, um crescimento de mais de 20% em relação ao ano anterior.
Além do futebol, outros esportes vêm atraindo a atenção das marcas. Fórmula 1, basquete, vôlei, surfe e skate estão levando gigantes do mercado a reforçarem suas estratégias nessas categorias. O crescimento dessas modalidades, atrelado à participação de atletas brasileiros em destaque, também abriu novas portas para patrocinadores.
O novo patrocínio: Engajamento, dados e experiência
Mas o que leva uma marca a escolher patrocinar um clube, um atleta ou um evento? Antes, a resposta girava em torno de exposição de marca. Agora, o jogo mudou: as empresas querem dados, relacionamento e fidelização.
Os patrocínios modernos exigem ativações criativas e experiências. Muitas marcas já entenderam isso: em vez de apenas associar o logotipo ao esporte, elas criam narrativas e interações autênticas com os fãs. No Brasil, há exemplos de marcas que vão além da mera exposição, construindo uma conexão real com as comunidades esportivas.
Fora daqui, grandes eventos, como os Jogos Olímpicos de Paris 2024, mostraram como os patrocínios evoluíram. Os apoiadores do evento não apenas contribuíram financeiramente com a organização, mas também ativaram essas parcerias de forma inovadora, com campanhas interativas, conteúdos personalizados e experiências exclusivas para os fãs.
No entanto, nem tudo são flores. O patrocínio também enfrenta desafios, entre eles:
- Autenticidade: os consumidores estão mais críticos e não aceitam marcas desalinhadas aos valores do esporte;
- Fragmentação da audiência: com tantas opções de mídia, a atenção do público está dividida, exigindo estratégias mais precisas.
O patrocínio esportivo está deixando de ser apenas um logotipo na camisa para se tornar uma estratégia dinâmica, interativa e personalizada. No Brasil, o potencial de crescimento é enorme, mas será preciso adaptação, inovação e planejamento para acompanhar as novas demandas do mercado.
E as marcas que souberem combinar dados, tecnologia e emoção serão as grandes vencedoras dessa nova era do esporte. Quem entender isso não apenas aparecerá, mas também fará parte da conversa.
Newton Neto é publicitário e CEO da Lean Agency. Pós-graduado em marketing e com especializações em áreas como marketing digital, planejamento estratégico, branding e criatividade, o executivo escreve mensalmente na Máquina do Esporte