Há alguns dias, escrevi um outro texto para a coluna desta quinta-feira (18), mas, após as emocionantes partidas dos playoffs do NBB, percebi que não há outro assunto mais reverberante para o basquete brasileiro que a expectativa pela decisão da atual temporada do torneio.
Durante oito meses, 17 equipes disputaram mais de 270 partidas em busca de um objetivo: ir o mais longe possível. Para alguns, o plano dessa caminhada era uma vaga para os playoffs, enquanto outras equipes vislumbravam as semifinais, a final ou o título. Esse momento chegou. A final do NBB começará no dia 27 de maio, um sábado, às 15h, em local a ser definido, dependendo dos finalistas.
O time do Sesi Franca disputa uma das vagas na final contra o 123 Minas, de Belo Horizonte. Após uma temporada repleta de vitórias e conquistas, o Sesi Franca precisou de cinco jogos para eliminar o Unifacisa, de Campina Grande. O time paraibano mostrou a qualidade do time ao vencer duas partidas e quebrar a série invicta de 46 jogos do time francano. O ótimo desempenho da equipe nordestina comprovou a organização do projeto do Centro Universitário Unifacisa, referência na educação brasileira e que vem se tornando um dos principais projetos de esporte especializado no país.
A chegada do Sesi Franca às semifinais é mais uma etapa na trajetória vitoriosa do time na temporada, na qual já conquistou o título da Copa Super 8, em janeiro, e o troféu inédito da Basketball Champions League Americas (BCLA), em março. Neste momento, a semifinal está empatada com uma vitória para o time paulista e outra vitória para o time mineiro. O 123 Minas superou o jovem time talentoso do Paulistano nas quartas de final. A semifinal é uma melhor de cinco jogos, e quem vencer três avança para a final.
O outro finalista do NBB foi definido na noite desta quarta-feira (17), com a terceira vitória do São Paulo sobre o heptacampeão Flamengo. O jogo foi decidido nos últimos segundos, diante de um ginásio lotado. O confronto entre essas duas equipes vem se tornando um novo clássico do basquete brasileiro, construindo uma boa rivalidade. Será a segunda final do time paulista em apenas quatro temporadas. Em 2021, o São Paulo perdeu a final para o próprio Flamengo, adversário das semifinais neste ano. Nos quatro anos de NBB, o tricolor paulista chegou em todas as semifinais, exceto em 2020, quando os playoffs foram cancelados por conta da pandemia de Covid-19.
A chegada do São Paulo às finais do NBB 2022/2023 traz boas histórias de personagens importantes. O ala Marquinhos chega à sua primeira final sem defender a camisa do Flamengo. O atleta é hexacampeão do NBB, com todos os títulos conquistados com o rubro-negro carioca. A oportunidade de vencer mais uma edição do torneio pode torná-lo o maior vencedor da história da competição, com sete títulos no currículo.
Outro atleta do São Paulo campeão do NBB é o armador Elinho, que levantou a taça em 2018 com o Paulistano. Esta será a sua terceira final. Outros atletas também já disputaram pelo menos uma final do NBB, porém não ganharam o título. Destaque especial para Shammel, maior cestinha da história da Liga Nacional de Basquete (LNB), que irá em busca do seu primeiro título após 15 temporadas. O atleta norte-americano é o líder em pontos na história do NBB e possui dois vice-campeonatos: Mogi (2018) e o próprio São Paulo (2021), ano em que estava machucado e não pôde enfrentar o Flamengo na final.
A decisão do NBB neste ano será inédita, independentemente de o São Paulo enfrentar o Sesi Franca ou o 123 Minas. Os dois times paulistas possuem um histórico de confrontos em finais de campeonato estadual, enquanto o time mineiro venceu o São Paulo na final da Copa Super 8, em 2022. Fica o convite para todos acompanharem as finais, que serão exibidas na TV Cultura, na ESPN, no Sportv, no app da NBA e nos canais digitais do NBB.
Ao São Paulo, deixo meus cumprimentos pela vaga na final e os parabéns pelo investimento no basquete, projeto que teve o apoio da sua torcida desde a primeira temporada, em 2019. O engajamento dos torcedores é um indicativo de que o basquete se tornou uma modalidade importante dentro do clube e é provável que o tricolor paulista seja mais um clube a transformar o basquete no orgulho da sua torcida (uma vez que a torcida do Flamengo já “batizou” o time de basquete de “orgulho da nação”).
Alvaro Cotta é diretor de marketing da Liga Nacional de Basquete (LNB) e escreve mensalmente na Máquina do Esporte