A temporada regular do Championship Tour acaba de terminar, e agora a expectativa é pelo WSL Finals, que acontecerá entre os dias 8 e 16 de setembro, em Trestles, na Califórnia, com três brasileiros na disputa pelo título: Filipe Toledo, Ítalo Ferreira e Tatiana Weston-Webb. Uma vitória de qualquer um dos três seria a sexta conquista brasileira, isso mesmo, o Brasil pode ser hexacampeão mundial de surfe no mês que vem.
A América Latina recebeu duas das dez etapas deste ano, El Salvador e Brasil, um feito histórico para uma região que não para de bater recordes de audiência, com aumento no número de parceiros comerciais e impulsionamento crescente da base de fãs. Segundo o Ibope Repucom, já são mais de 45 milhões só no Brasil.
Todas as etapas tiveram seus destaques, seus momentos inesquecíveis e uma alternância muito interessante de campeões, o que mostra um equilíbrio muito saudável para o esporte. No entanto, meu objetivo aqui é compartilhar um pouco dos bastidores e desafios de produzir o maior evento do tour, o Oi Rio Pro apresentado por Corona, que aconteceu em junho, na Praia de Itaúna, em Saquarema (RJ).
Quem trabalha com eventos sabe a sensação indescritível de conseguir executar conforme planejado nas inúmeras reuniões, sobretudo quando grande parte das 500 pessoas que contribuíram com a realização do Oi Rio Pro, boa parte saquaremenses, trabalhou unicamente no evento e teve pouco tempo para entender os processos e regras detalhadas para receber mais de 40 mil pessoas por dia na praia.
Qualquer evento, seja grande ou pequeno, tem seus desafios, agora imagine montar em 45 dias uma estrutura de 3.200m2 que parte da areia, em que luz, água, energia, conectividade, tudo é montado e desmontado com uma preocupação enorme com limpeza e conservação ambiental. Nossa implantação ocupava uma quantidade de metros específica na praia, mas, duas semanas antes da data de início, a cidade de Saquarema passou por chuvas fortes, ventania e ressaca do mar que o fizeram avançar e consequentemente diminuir a faixa de areia que tínhamos pra trabalhar. Já tinha pensado nisso? E se as ondas resolvessem não aparecer justo no fim de semana e te obrigassem a realizar o evento na quinta, sexta, segunda e terça?
As diversas inovações que propusemos se mostraram um sucesso, da passarela com led ao chuveiro de atletas exposto ao público com água quente, do espaço de hospitalidade AAA (51 Ice Lounge) ao WSL Beach Gourmet, com comidas típicas dos países participantes do tour, da maior WSL Store da história ao incomparável Sponsorship Village, que se tornou um distrito de entretenimento para as 210 mil pessoas que passaram por lá nos 6 dias.
Evento concluído com muito sucesso, hora de desmontar em 15 dias a estrutura, recolher todas as lonas e transformar em bancos de “plastimadeira” que serão instalados na orla de Itaúna.
Apesar de sempre ouvir depoimentos muito positivos dos cidadãos e cidadãs saquaremenses quanto à importância do evento para o crescimento da região e o fato de sermos capazes de divulgar o destino turístico internacionalmente para milhões de espectadores mundo afora, dessa vez queríamos quantificar o impacto econômico do Oi Rio Pro de forma objetiva. Dessa forma, por meio da EY, ficamos muito satisfeitos em saber que o evento alcançou R$ 73 milhões para a economia de Saquarema e o estado do Rio de Janeiro. Impressionante, não? Clique aqui para acessar o relatório.
Dever cumprido, mas ainda tem muito pra acontecer esse ano. O time todo já estava concentrado nas próximas etapas apenas uma semana depois do fim do Oi Rio Pro. Mas essas eu conto no futuro para vocês. Enquanto isso, já bloqueia a agenda porque, entre os dias 8 e 16 de setembro, haverá Brasil na água e será hora de torcer muito no WSL Finals.
Ivan Martinho é CEO da World Surf League (WSL) na América Latina e escreve mensalmente na Máquina do Esporte