No meu penúltimo ano como estudante da ESPM, o professor de planejamento publicitário nos perguntou o que a gente queria seguir em termos de carreira.
O ano era 1993. E a Parmalat surgiu como o grande nome no mundo dos patrocínios no Brasil. Já acompanhava a marca por conta da sua presença na Fórmula 1.
O investimento da empresa no time do Palmeiras ajudou o time a conquistar um título depois de quase duas décadas de espera.
Identifiquei ali o que seria uma das minhas paixões profissionais.
Voltando à pergunta do professor, respondi: marketing esportivo.
Além de algumas risadas, pude ouvir alguns comentários como se eu ia trabalhar de gandula ou de chuteira dentro de um escritório.
Aos meus colegas piadistas, a história mostrou quão longe a indústria esportiva foi no Brasil.
Depois do case Palmeiras/Parmalat, outras marcas investiram no esporte. Tempos depois, começaram os grandes eventos esportivos no país, como os Jogos Pan-Americanos em 2007 e os Jogos Militares Mundiais em 2011.
Sediamos, em seguida, a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016.
A partir da década de 1990, tivemos uma situação mais do que ideal em termos de investimentos e situações que ajudaram a desenvolver mão de obra qualificada para o mercado esportivo.
O profissional do esporte no Brasil nunca foi tão especializado
Ainda que seja discutível o legado que esses grandes eventos tenham deixado para o Brasil, a qualidade do profissional brasileiro que se qualificou para isso é indiscutível.
O país se tornou um país de grandes arenas. Elas continuam sendo construídas e, em sua concepção, passam por uma utilização que vai além das partidas de futebol.
Clubes e instituições aprenderam como ninguém a usar redes sociais e gerir conteúdo, em especial vídeos e conteúdos ao vivo.
As operações de hospitalidade em torno de um clube e sua torcida foram desenvolvidas, gerando experiências como a gente nunca tinha visto antes por aqui.
Quem procura um item do seu clube ou do seu esporte, sabe que hoje as opções são infinitas.
Além dos negócios relacionados aos esportes, profissionais que trabalham diretamente com performance atlética também têm visto seu campo de atuação se ampliar.
Assim como em outras áreas, advogados, contadores, administradores e outros profissionais de suporte a negócios são fundamentais para que tudo funcione bem.
Por outro lado, dependendo da área de atuação, o profissional vai se deparar com situações bem específicas. Falar em esportes no Brasil ainda passa muito pelo futebol. Times que oferecem oportunidades profissionais não são tantos. A janela de eventos internacionais já passou.
O que fazer?
O mundo dos e-Sports pode ser seu novo destino
Acredite: para cada atividade no mundo esportivo, há uma correlata no mundo dos e-Sports também.
A vantagem é que times e torneios não dependem de uma entidade, como a Fifa ou a FIA, para existir. A dona da bola, em teoria, é a dona do jogo. Embora, hoje em dia, entidades do mundo dos esportes já tenham suas iniciativas no mundo dos games.
A lógica é basicamente a mesma: uma audiência massiva que assiste e torce por jogadores profissionais que se tornaram celebridades.
Por isso, times e ligas investem cada vez mais. Não é por acaso que arenas de futebol e transmissões em padrão de Copa do Mundo são corriqueiras hoje em dia nesse segmento.
Marcas e investidores estão trazendo seus recursos para esse mercado.
Isso está acontecendo hoje, aqui, no Brasil. O país é um dos grandes centros de e-Sports em todo o mundo.
É um mercado cada vez mais profissional, que não basta apenas ser formado por gente apaixonada. Mas por gente competente e que tenha bagagem em atividades similares.
Adivinhe só quem pode contribuir aqui? O profissional do mercado esportivo.
Quer saber como entrar no mercado de e-Sports?
A primeira dica que deixo aqui para vocês é o grupo SportJob, que criei há 12 anos focado em marketing esportivo. Hoje, engloba e-Sports também.
Outra dica imperdível é acompanhar as vagas da Hitmarker, site especializado em carreiras em games e e-Sports.
Por último, use o poder do sininho a seu favor. Crie um alerta de vagas tanto no Google como no LinkedIn para aquelas que te interessam.
E faça como 1.418 profissionais do mercado e assine a https://bit.ly/TheGamingListNewsletter.
Alessandro Sassaroli trabalhou seis anos como head da área de gaming do YouTube, depois tornou-se evangelista do universo gamer, auxiliando marcas e pessoas a entenderem e se inserirem no universo dos e-Sports, e escreve mensalmente na Máquina do Esporte