A velha mídia tem perdido fôlego e, invariavelmente, o esporte é um dos primeiros a sofrer. Editorias do segmento se esvaziam, e patrocinadores e ligas ficam com exposição reduzida. Felizmente, o processo tem conseguido ser revertido no digital, com ativações cada vez mais presentes em canais que não param de surgir.
Claro que essa virada acontece também nos meios mais tradicionais. Segundo levantamento do “Comunique-se”, o número de veículos digitais atualmente é aproximadamente três vezes maior do que os tradicionais impressos. Na crise do último ano, 12 veículos de comunicação fecharam as portas e, desses, sete eram impressos.
As oportunidades, no entanto, vão bem além do jornalismo tradicional. Somente na última semana de março, o mercado viu quatro casos concretos da força dos canais digitais para ativações de marcas. E, curiosamente, os meios que tiveram destaques têm origens bem distintas.
Talvez o mais tradicional seja uma velha mídia que tenha abraçado novos canais. Foi o caso do Lance!, com a criação de um canal na plataforma Kwai, em uma empreitada que tem a LiveSports como parceira para buscar caminhos para a potencialização do conteúdo digital.
Método também mais convencional é da marca que busca diretamente criar conteúdo nas redes. Aconteceu dessa maneira com a Centauro, que realizou mais um capítulo do “Arquibancada Centauro” e deu mais mídia para a equipe feminina do Corinthians e para os patrocinadores do clube.
Menos tradicionais são os criadores de conteúdo que podem ser abraçados pelo esporte. Pode ser um gigante, como a dona dos Desimpedidos NWB, que fechou parceria com Nike, Brahma e Mercado Bitcoin para lives relacionadas à Copa do Mundo. E pode ser um emergente, como o “Luva de Pedreiro”, que encantou o Brasil e fez o Vasco ter um boom digital no último mês.
Independentemente se parte de grandes marcas ou de influenciadores, o meio digital se coloca atualmente como um substituto consistente para marcas que querem trabalhar o esporte. Evidentemente, a crise do jornalismo tradicional e o surgimento de novas redes não são fenômenos recentes. Mas, para o esporte, nunca foi tão claro e confiável o uso das plataformas on-line.
Para clubes, ligas, confederações e marcas, o desafio passa a ser a curva de aprendizado para lidar com uma comunicação que fica no meio do caminho entre o jornalismo tradicional e o conteúdo publicitário. O mais importante, no entanto, é que novos canais se consolidam no mercado após mais de uma década de quedas nas velhas mídias.
Duda Lopes é CEO da Pivô Comunicação e escreve mensalmente na Máquina do Esporte