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Quando a distância vira conquista

Maratona do Rio é um evento democrático, para todos os gostos e idades; correr é superar medos, vencer limites, trocar um vício, curar uma dor, reencontrar a alegria, melhorar a saúde, fazer amigos, se divertir

23ª edição da Maratona do Rio foi disputada no último domingo (22) - Divulgação / Fotop

No último domingo (22), estive na Maratona do Rio, um evento que começou em 2008 e atingiu seu auge neste ano, junto de um esporte que virou estilo de vida, o running. Foram 60 mil inscrições vendidas e outras 340 mil pessoas na fila de espera. Um sucesso absoluto que eu só imaginava acontecer em festivais de música.

Sou corredora amadora de 5k e fui como “turista” para conhecer o evento e vivenciar o que os meus amigos da organização diziam ser algo que “só quem vive sabe”. Fiquei meia hora na linha de chegada e chorei junto dos atletas da prova de 42k. Meu Deus, quanta emoção. A começar pelo mestre de cerimônias, que, sem descanso e com ajuda da tecnologia, estimula, apoia e anima os corredores, falando seus nomes, contando histórias, celebrando aniversários e eventos pessoais.

Foi ali que percebi que a maratona é muito mais do que uma prova esportiva; é sobre se desafiar, sobre superação, cura, sobre provar para você mesmo que você consegue. É você com você mesmo, um exercício diário de antifragilidade, uma dedicação de meses de preparo do corpo e da mente. Você define o seu passo, você define o seu motivo, você define o seu tempo, mas o objetivo final era comum às 19 mil pessoas que correram a prova de 42k: cruzar a linha de chegada e viver a glória do momento, de bater no peito e dizer “eu consegui”. Por isso, a maratona é só energia boa. Sabe aquela energia que contagia?

O evento como um todo é democrático. Foram quatro dias para todos os gostos e idades, começando com a prova de 5k e terminando com a de 42k. No circuito mais lindo do mundo, abençoado pelo Cristo Redentor e pela natureza estonteante da Cidade Maravilhosa.

Depois da chegada, a festa continuou no Bosque da Marina da Glória, onde as marcas patrocinadoras entregaram experiências, produtos pensados para quem gosta do esporte e muita música para embalar a superação, esquecer a dor física e celebrar a conquista.

E, no fim do dia, foi demais andar pelas ruas da cidade e ver corredores orgulhosos, alguns com a camiseta da prova, outros com a medalha pendurada no pescoço. A cidade ganha outra energia. É bonito demais.

Porque, no fundo, correr uma maratona é sobre ser humano.

É sobre superar medos, vencer limites, trocar um vício, curar uma dor, reencontrar a alegria, melhorar a saúde, fazer amigos, se divertir.

É um momento em que pessoas comuns vivem, por um instante, a emoção de um atleta de alta performance. E, com toda essa emoção, está decidido: no ano que vem estarei lá. Quem me acompanha? Bora?

Roberta Coelho é CEO da equipe de e-Sports MIBR e criadora da WIBR, ecossistema de ações que busca trazer mais mulheres para o universo dos games. Além disso, é cocriadora e ex-CEO da Game XP e ex-head de desenvolvimento de negócios e ex-diretora comercial do Rock in Rio