Vinicius Júnior, jogador brasileiro, estrela do Real Madrid, recém-nomeado Embaixador da Boa Vontade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), fundador do Instituto Vini Jr. Esse jovem deve ser para nós, brasileiros, especialmente para os aspirantes a atletas de futebol, muito mais que um ídolo. Deve ser um exemplo de como astros de alta performance podem ampliar sua influência para muito além do desempenho esportivo.
Aos 23 anos de idade, nosso ídolo nos gramados está deixando sua marca de maneira excepcional, demonstrando forte compromisso com causas que vão além das quatro linhas. Essa potência para a propagação de ações voltadas ao coletivo sugere uma reflexão importante sobre os demais astros do futebol e aspirantes a esse posto: para cada passo na direção do topo da pirâmide do futebol, onde está uma parcela pequeníssima de atletas que ganham os holofotes e a atenção do mundo todo, idolatria e muito dinheiro, deve ser dado, também, um passo na direção de assumir a responsabilidade do poder de transformação por meio de iniciativas concretas, exemplos e inspiração.
Esse poder de influência é facilmente percebido quando observamos os cortes de cabelo, estilos de roupas e modelos de acessórios replicados por crianças e adolescentes em busca de se sentirem representados por seus ídolos. Atletas tornam-se verdadeiras marcas e, quanto maior a visibilidade do atleta, mais poderosa é essa marca pessoal. Dessa forma, atributos são replicados por pessoas (especialmente mais jovens) que se identificam.
O poder de influência que vemos nos grandes astros de todas as modalidade esportivas é gigantesco. Atitudes, comportamentos, ideias e valores pessoais também fazem parte desse contexto, são igualmente replicados pelos fãs e é aí que está o potencial de transformação social. Transformação para o bem. Evolução. Esse é o exemplo que Vinicius Júnior vem dando.
Victor Ladeira, diretor-executivo do Instituto Vini Jr, compartilhou sua visão com exclusividade para a Máquina do Esporte:
“Costumo dizer que, nos dias de hoje, os jogadores de futebol são muito mais do que atletas; eles são grandes influenciadores. Seus posicionamentos e suas ações reverberam no mundo e influenciam as visões e os comportamentos de gerações inteiras. Pensar a carreira de um jogador é pensar além das quatro linhas, portanto, é pensar o quanto o seu lugar de ídolo influenciador pode beneficiar a coletividade, influenciar fazeres, mudar realidades”, afirmou.
Ao observar o belíssimo trabalho realizado pelo Instituto Vini Jr, é possível constatar que o atleta vem demonstrando como o esporte pode ser uma ferramenta poderosa para promover valores dedicados à educação, inclusão social e desenvolvimento dos jovens por meio do futebol, mostrando como o esporte que é paixão nacional pode ser uma ferramenta de transformação social.
O Instituto Vini Jr, fundado pelo próprio jogador, acaba de receber um patrocinador, a Prio, empresa brasileira de óleo e gás. Este apoio financeiro não só fortalece as iniciativas do instituto, mas também amplia seu alcance e impacto, e exemplifica como marcas estão cada dia mais atentas e enxergando valor em projetos, pessoas e empresas com propósitos bem definidos e que sejam significativos para além do seu próprio crescimento.
O Instituto Vini Jr, por exemplo, tem como missão proporcionar oportunidades de educação e desenvolvimento pessoal para jovens em comunidades carentes, capacitando-os para construir um futuro melhor para si e para suas comunidades.
“O Instituto Vini Jr nasce de um DNA social que o atleta carrega. Antes mesmo de brilhar nos gramados com a camisa do Flamengo, sua família já era bastante conhecida no bairro onde moravam, na cidade de São Gonçalo (RJ), como pessoas que ajudavam os menos favorecidos. Mesmo com recursos financeiros escassos, era comum o hábito de partilhar e apoiar vizinhos e amigos que passavam alguma dificuldade. O menino Vini Jr cresceu vendo isso, sendo influenciado por esse comportamento”, recordou Victor Ladeira.
“Hoje, como um atleta conhecido e reconhecido mundialmente, ele propaga o que aprendeu e amplifica esse poder transformador com toda potência que carrega ao se tornar um dos maiores jogadores de futebol do mundo”, completou.
Esse é um exemplo notável de como valores pessoais podem guiar a conduta de atletas e estimular que sua posição de destaque e influência seja usada com responsabilidade e foco em causar impactos positivos, construindo um legado verdadeiramente significativo para as gerações futuras. A partir desse pensamento, cabe a reflexão já feita por aqui sobre como devemos dedicar esforço para garantir a formação integral dos nossos atletas, estimulando que sejam, acima de tudo, bons seres humanos. Para quem não tem o exemplo dentro de casa ou em sua comunidade, o futebol pode ser um importante influenciador nesse sentido, já que nada motiva mais os jovens brasileiros do que o futebol. Em geral, os estímulos associados à modalidade ganham maiores chances de sucesso e receptividade entre crianças e adolescentes.
Contribuir para que tenhamos pessoas melhores é um caminho infalível para uma sociedade mais justa e feliz.
Sobre aprender bons valores, replicá-los e ter o apoio de marcas que se identificam com esse posicionamento, Victor compartilhou:
“O Instituto Vini Jr foi reconhecido em 2023 com o Prêmio Sócrates, categoria do Bola de Ouro, que premia as melhores iniciativas sociais dos jogadores de futebol. Há poucos dias, Vini recebeu a enorme honra de ser empossado como embaixador da Unesco para a educação de crianças e jovens em vulnerabilidade social. Esses prêmios reconhecem a qualidade do trabalho do instituto, que apoia e valoriza a educação pública no Brasil, mas o que poucos sabem é que toda essa conquista veio a partir de um investimento do próprio Vini. Após apenas três anos de trabalho e da consolidação dessa iniciativa, algumas empresas se aproximam como patrocinadoras. Não para ajudar a construir algo novo, mas para amplificar algo que tem bons fundamentos e já entrega bons resultados para a sociedade. O Vini Jr não faz algo social para se tornar maior. Ele faz e continuará fazendo, com ou sem apoio, porque aprendeu muito cedo o valor da cooperação e do altruísmo. Ele faz porque ele já é”, enfatizou.
Finalizo esta coluna expressando o desejo de que o futebol, que já é a paixão nacional, seja também cada dia mais uma engrenagem poderosa de desenvolvimento social e propagação de cultura, educação e desenvolvimento humano.
Ana Teresa Ratti possui mais de 20 anos de experiência corporativa, é mestra em Administração, trabalha atualmente com gestão esportiva, sendo cofundadora da Vesta Gestão Esportiva, e escreve mensalmente na Máquina do Esporte